Tell me why?

Há alguns meses, fui numa vidente que adivinhou quase tudo sobre minha vida. Por razões óbvias (não conheço ninguém que preveja o futuro), ela não disse se eu ia ganhar na megasena, abandonar a carreira, viver de arte ou coisa do tipo. Telma conseguiu visualizar minha encarnação anterior. Pois eu era uma escritora judia, bem de vida, que morava num lindo loft em Nova York (o lindo loft é por minha conta). Reencarnei rápido porque tive um romance sem ponto final com o Alexandre, que conheci naqueles tempos, e estava aflita para revê-lo. Fomos afastados pela guerra. Triste, mas bonito.

Fico pensando por que ironia do destino vim despencar no Brasil (mais especificamente em Pequenópolis), como jornalista, remediada, vivendo de aluguel num apartamento apertado? Até minhas crises existenciais, profissionais e afetivas são uma bobagem perto de viver nos anos da guerra. E olha que minha contrapartida não era nada mal: mais conteúdo, uma gorda conta bancária (ou pelo menos um café da manhã em frente a Tiffany´s) e um amor de cinema em preto & branco. Honestamente, não estou gostando nada desta encarnação. Estou sem lugar.

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