Um post sobre sexo
Toda vez que vejo uma revista masculina descolê, dessas que não mostram as moças peladas mas se "insinuando" e fazendo "revelações picantes", penso na hipocrisia do "mondo macho". Nada contra a Fernanda Lima (que eu acho linda e talentosa), em absoluto: isso seria recalque. E posso ter todos os defeitos do mundo. Esse, graças a Buda, não me pertence... Mas quando a Fernanda Lima diz que adora sexo oral, que tem uma vida ativa, saudável, incendiária e tudo mais, os rapazes batem palmas, compram a publicação e sonham com ela.
Seja mais uma na multidão a assumir que gosta da coisa e que os moços precisam dominar certas técnicas (a Fernanda Lima disse isso) e pronto: o que os caras realmente pensam vêm à tona. Na mais gentil das possibilidades há uma distinção entre a facinha (que curte horizontalizar) e a moça fofa "para casar" (que amarra minimamente até o quinto encontro, como algumas norte-americanas fazem no "five date"). A primeira tem muito mais chances de ser descartada, mesmo que seja linda e bem resolvida como a Fernanda Lima. Ela vai seguir achando que quem a rotula é imbecil, embora, no fundo, fique um pouco decepcionada, pois já está no século 21 e blábláblá. Azar o seu querido? Azar mesmo!
Não falo aqui de amor, de pensar no futuro com dois filhos, casa de campo e afins. Falo apenas de desejo, puro e simples que devia ser respeitado parta de onde partir. Os homens héteros, que compram a revista com a Fernanda Lima na capa, morrem de inveja do Rodrigo Hilbert. No entanto, ignoram a realidade, pulam para a próxima sem aproveitar o supra-sumo do novo encontro, com novas posições. E olha que éramos nós as viciadas nas aventuras de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha. Nós aprendemos e ensinamos as desventuras do quarteto apimentado.
Eu tenho todos os DVDs de "Sex and the City" e acho a série genial. Ela traduz aquilo que nós, que não estampamos capas de revistas - com nosso corpinho desenhado pela ioga - pensamos sobre o sexo casual, por exemplo. Queremos tirar o melhor proveito dele. Só isso. E se na primera vez não foi grandes coisas, estamos abertas ao segundo encontro. Isso tem mais a ver com generosidade ou otimismo (vai saber) do que com o querer um namorado ou marido, como pressupõem os moços. Mas de uns tempos para cá, eles acham que a gente beija e, necessariamente, se apaixona (honestamente: eu queria ter uma auto-estima assim tão elevada).
Os caras somem e ficam nossas lingeries rendadas e intenções picantes para trás. Porque se não somos Fernandas Limas, divas globais, somos minimamente biscates, carentes, desesperadas e outros adjetivos misóginos. Uma pena. Eu esperava mais da minha era. Eu achava que a briga dos meus pais por igualdade, em todos os níveis, devia ser validada.
Eu não vivo em Nova York e só bebo Cosmopolitan perto do quinto dia útil. Todavia, no cafezinho, boteco e similares ouço (e faço) reclamações sobre o assunto. Chego à conclusão feliz de que por mais que tenhamos passado por séculos de repressão - e que se estendem em muitas culturas - nós mulheres, na maioria das vezes, temos um desejo sexual enorme; somos criativas. O fato de só chegarmos ao orgasmo com preliminares dignas já diz muito. Valorizamos a intimidade, seja ela conquistada em algumas horas, seja ela resultado de dias ou meses.
Não somos a Fernanda Lima. Não temos aquele marido gostoso, que supre todas as vontades dela na cama. Estamos, aliás, alguns quilômetros de distância dela: desde a conta bancária à pele perfeita. E quer saber? Sempre teremos nossa criatividade, brinquedinhos e cosmopolitans. Um dia aparece um Mr. Big, um Steve, um Harry e alguns peguetes bem bons para todas nós. O importante é acreditar no "happy end". E isso, rapazes e raparigas, é um departamento muito nosso.
Seja mais uma na multidão a assumir que gosta da coisa e que os moços precisam dominar certas técnicas (a Fernanda Lima disse isso) e pronto: o que os caras realmente pensam vêm à tona. Na mais gentil das possibilidades há uma distinção entre a facinha (que curte horizontalizar) e a moça fofa "para casar" (que amarra minimamente até o quinto encontro, como algumas norte-americanas fazem no "five date"). A primeira tem muito mais chances de ser descartada, mesmo que seja linda e bem resolvida como a Fernanda Lima. Ela vai seguir achando que quem a rotula é imbecil, embora, no fundo, fique um pouco decepcionada, pois já está no século 21 e blábláblá. Azar o seu querido? Azar mesmo!
Não falo aqui de amor, de pensar no futuro com dois filhos, casa de campo e afins. Falo apenas de desejo, puro e simples que devia ser respeitado parta de onde partir. Os homens héteros, que compram a revista com a Fernanda Lima na capa, morrem de inveja do Rodrigo Hilbert. No entanto, ignoram a realidade, pulam para a próxima sem aproveitar o supra-sumo do novo encontro, com novas posições. E olha que éramos nós as viciadas nas aventuras de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha. Nós aprendemos e ensinamos as desventuras do quarteto apimentado.
Eu tenho todos os DVDs de "Sex and the City" e acho a série genial. Ela traduz aquilo que nós, que não estampamos capas de revistas - com nosso corpinho desenhado pela ioga - pensamos sobre o sexo casual, por exemplo. Queremos tirar o melhor proveito dele. Só isso. E se na primera vez não foi grandes coisas, estamos abertas ao segundo encontro. Isso tem mais a ver com generosidade ou otimismo (vai saber) do que com o querer um namorado ou marido, como pressupõem os moços. Mas de uns tempos para cá, eles acham que a gente beija e, necessariamente, se apaixona (honestamente: eu queria ter uma auto-estima assim tão elevada).
Os caras somem e ficam nossas lingeries rendadas e intenções picantes para trás. Porque se não somos Fernandas Limas, divas globais, somos minimamente biscates, carentes, desesperadas e outros adjetivos misóginos. Uma pena. Eu esperava mais da minha era. Eu achava que a briga dos meus pais por igualdade, em todos os níveis, devia ser validada.
Eu não vivo em Nova York e só bebo Cosmopolitan perto do quinto dia útil. Todavia, no cafezinho, boteco e similares ouço (e faço) reclamações sobre o assunto. Chego à conclusão feliz de que por mais que tenhamos passado por séculos de repressão - e que se estendem em muitas culturas - nós mulheres, na maioria das vezes, temos um desejo sexual enorme; somos criativas. O fato de só chegarmos ao orgasmo com preliminares dignas já diz muito. Valorizamos a intimidade, seja ela conquistada em algumas horas, seja ela resultado de dias ou meses.
Não somos a Fernanda Lima. Não temos aquele marido gostoso, que supre todas as vontades dela na cama. Estamos, aliás, alguns quilômetros de distância dela: desde a conta bancária à pele perfeita. E quer saber? Sempre teremos nossa criatividade, brinquedinhos e cosmopolitans. Um dia aparece um Mr. Big, um Steve, um Harry e alguns peguetes bem bons para todas nós. O importante é acreditar no "happy end". E isso, rapazes e raparigas, é um departamento muito nosso.
Olha, não gosto do Sex and the City. A diversidade feminina vai(ainda bem) além dos 4 esteriótipos, que me incomodam profundamente(todos os 4), diga-se de passagem. Eu sei, eu sei, é uma série, não é o mundo completo, etc. Sim, eu sei. Mas ela, e várias outras, inclusive com temáticas opostas à SATC, esvaziam e simplificam a discussão ao invés de estimularem essa discussão. Vira uma briga de torcida. Uniformizados e homogeneizados, os dois lados cada vez menos apostam em tentar descobrir que temos similaridades viscerais. Aí, nem jogar em campo neutro resolve...
ResponderExcluirRafa, a maioria dos homens não gosta. Mas minha abordagem aqui nem é o desenrolar dos personagens ou esses estereótipos. Foi a ousadia de colocar nos idos de 1998 essas discussões: as mulheres podem gostar de sexo, dormir com um cara na primeira noite, beijar outras, discutir sobre qual vibrador é melhor, assim por diante. Isso vindo de uma sociedade tida como mais conservadora que a nossa. A TV brasileira até hoje não achou forma nenhuma de explorar o tema. Prova disso é o retrocesso quanto a abordagem da homossexualidade, por exemplo. Sex and the City rompeu muita coisa e o argumento dos roteiristas, baseado no livro é importante. Tanto que as pessoas não se dividiriam entre as que gostam e que não gostam. Não se passa batido por Sex and the City.
ResponderExcluirLud, querida. Acho que aquele meu post do outro dia que comentei o seu post no face diz um pouquinho da minha opinião anti-machistas no século em que vivemos, ahm? veja aí...
ResponderExcluir"Elas não estão nem aí. O meu nariz é meu, o umbigo é meu, eu dou pra quem eu quiser. Amélia? É uma velha. Botar água no feijão, nem morta. Estão mais lindas, leves, soltas e querem (e se querem!). Querem também largar da gente, viver, transar, se posicionar... fazem até marcha as vagabundas! E podem, como podem.
Tentar lê-las, impossível. Entendê-las, jamais. Negociação, não há. O jeito? Aceitar. E nessa toada de “finas, elegantes e sinceras”, a gente endoida. Aparecem, a gente quer. Olham, a gente pisca. Querem, a gente desconfia. Ligam, a gente sorri. Não ligam, a gente... é, a gente não entende e fica doido também. Aparecem, a gente treme. Ficam, a gente goza. Nos deixam, a gente sofre...
Afinal, de quem é a culpa se elas são macias, cheirosas, bonitas, inteligentes e (também) boas de cama? E ai de quem questionar o direito de ainda assim serem sensíveis, terem TPM, medo de barata, de escuro, de sombra, de quererem que a gente busque, leve, traga, espere...".
Eu, eternamente, fico com a sua primeira opção.
;)
Leo querido, esse seu post é sensacional. Queria muito que pelo menos uns 3% dos caras tivessem sua visão de mundo. Seria melhor para todo mundo. Sexo é carnaval, já cantou Rita Lee. Tínhamos que ser mais livres e felizes ao invés de ficarmos julgando. Se a moça gosta, deveria ser bom né? Sempre achei isso. Mas acho que esses posts são um reflexo e uma reflexão a partir de um mundo que eu não estava familiarizada. Fui de um namoro a outro até casar e a turma solteira precisa ser menos careta. Pegar mais de um ao mesmo tempo na balada não mascara certas hipocrisias. Beijos
ResponderExcluirEu só acho que esse "glamour" não ajuda nada. Não dá pra entender as mulheres? Não, não dá. Mas não dá é pra entender 1 ser humano sequer sobre a face da terra. Não é a questão de ser mulher. Enquanto a gente achar que uma arbitrariedade(pra mim nascer homem ou mulher é uma mera arbitrariedade, é aleatório) tem valor, não vamos nos entender. Agora, se nos é conveniente não querermos nos entender, aí já é outra história...
ResponderExcluirRafa, o seriado no post é meramente ilustrativo. Não há glamour algum em ser mulher: basta ler meu post abaixo falando sobre violência. Nem as hollywoodianas ou retratadas na ficção passam essa imagem o tempo todo. E a questão é ser sim ser julgada por uma sociedade castradora e machista simplesmente por gostar de sexo. No Facebook, outro dia tinha, uma tirinha de como reconhecer uma biscate bombou. Ninguém faz uma de como reconhecer um canalha. E tem mais: se formos levar para o campo sentimental, o homem que quer um namoro é fofo. A mulher é desesperada. Também não entendo os homens. E se não fosse aleatório, nem sei se nasceria mulher de novo. Mas como diria o Caê, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. #ficaadica
ResponderExcluirLud, eu entendi e não usei o termo "glamour" porque o seriado remete ou não a isso. Foi mais no sentido de que não há "glamour" em ser nem um nem outro. E aí amplio o termo além da aura positiva. Também tem "glamour" no "mondo macho" e não é bonito. Não serve pra nada. Só como cabresto para gerações futuras. Essa tirinha aí eu nem ví, então não deve ter bombado tanto assim. E tirinha detonando crápulas também tem. Mas, enfim, ser a voz destoante não é fácil em nenhum dos dois lados. Digo a você, do lado de cá dessa trincheira. Com toda a sinceridade.
ResponderExcluirNão é fácil mesmo. Te entendo.
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