Do amor, da dor, da morte e dos meus pensamentos desconexos
Mais de duas da manhã.
Estou exausta.
Queria dormir, queria ter sono. Mas tenho a urgência de escrever. Tomei algumas taças de vinho; eram para relaxar, anestesiar, sei lá o quê.
Mais um dia lidando com a morte. Pensando muito no meu estar aqui, naquela impossibilidade do "how to disappear completely".
Queria voltar apenas quando o jardim já estivesse florindo.
Então, amor e morte podem ser siameses, indissociáveis...é isso?
Eu preciso matar, de vez em quando, essa coisa insana, irracional e aderente para seguir adiante?
Minha dor não é minha. Eu já tive similar. Eu sei o que é me deparar com o inacreditável, embora (em alguma esfera) previsível.
Dia ordinário, dia de cão. De comer mal, de não saber o que dizer, de como agir...dia aéreo. E eu só pude dizer a verdade: "eu te adoro, conta comigo, sempre estarei aqui".
Aquela dor aguda, diferente da dor de outro tipo... eu senti.
Eu também sei o que se sente após dizer/ouvir "acabou". No entanto, nem imagine a intensidade dessa mistura.
Superei as duas. Ao menos penso que sim.
Alguma marquinha ali, acolá fica. Como as manchas roxas inexplicáveis que, minha avó já dizia, são "nada mais, minha filha, que melancolia".
Eu só puder abraçar forte, eu só pude repetir aquelas verdades. Porque o amor acaba, a dor acaba, os pensamentos desconexos também.
Com a outra, não há barganha. E alguém bem mais esperto, menos cansado e mais sóbrio que eu assim falou.
O amor vira outro amor, não sem antes passar por uma incrível e transformadora experiência. A dor se esvai e o pensamento, como cantou Caetano, "parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar"...
A morte vai esperar e sentada. Praga mesmo. E as minhas pegam!
Toda vez que ela me olha com esse jeito soberbo e multifacetado, respondo que permancerei resistindo, porque tenho um zilhão de coisas a fazer. Eu tenho que ter a generosidade, o lenço, o abraço, a força, a sanidade, a doçura, a firmeza e até o sono que me vença mais de duas da manhã.
Foi mais um dia para riscar, esquecer, apagar. Foi como a página do calendário-imã de geladeira recém rasgado: esse ano tem que acabar.
Que sigam amores e pensamentos - não necessariamente desconexos - por madrugadas, dias, semanas, meses. Da dor e da morte eu não faço questão alguma. Já gastei minha cota.
Estou exausta.
Queria dormir, queria ter sono. Mas tenho a urgência de escrever. Tomei algumas taças de vinho; eram para relaxar, anestesiar, sei lá o quê.
Mais um dia lidando com a morte. Pensando muito no meu estar aqui, naquela impossibilidade do "how to disappear completely".
Queria voltar apenas quando o jardim já estivesse florindo.
Então, amor e morte podem ser siameses, indissociáveis...é isso?
Eu preciso matar, de vez em quando, essa coisa insana, irracional e aderente para seguir adiante?
Minha dor não é minha. Eu já tive similar. Eu sei o que é me deparar com o inacreditável, embora (em alguma esfera) previsível.
Dia ordinário, dia de cão. De comer mal, de não saber o que dizer, de como agir...dia aéreo. E eu só pude dizer a verdade: "eu te adoro, conta comigo, sempre estarei aqui".
Aquela dor aguda, diferente da dor de outro tipo... eu senti.
Eu também sei o que se sente após dizer/ouvir "acabou". No entanto, nem imagine a intensidade dessa mistura.
Superei as duas. Ao menos penso que sim.
Alguma marquinha ali, acolá fica. Como as manchas roxas inexplicáveis que, minha avó já dizia, são "nada mais, minha filha, que melancolia".
Eu só puder abraçar forte, eu só pude repetir aquelas verdades. Porque o amor acaba, a dor acaba, os pensamentos desconexos também.
Com a outra, não há barganha. E alguém bem mais esperto, menos cansado e mais sóbrio que eu assim falou.
O amor vira outro amor, não sem antes passar por uma incrível e transformadora experiência. A dor se esvai e o pensamento, como cantou Caetano, "parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar"...
A morte vai esperar e sentada. Praga mesmo. E as minhas pegam!
Toda vez que ela me olha com esse jeito soberbo e multifacetado, respondo que permancerei resistindo, porque tenho um zilhão de coisas a fazer. Eu tenho que ter a generosidade, o lenço, o abraço, a força, a sanidade, a doçura, a firmeza e até o sono que me vença mais de duas da manhã.
Foi mais um dia para riscar, esquecer, apagar. Foi como a página do calendário-imã de geladeira recém rasgado: esse ano tem que acabar.
Que sigam amores e pensamentos - não necessariamente desconexos - por madrugadas, dias, semanas, meses. Da dor e da morte eu não faço questão alguma. Já gastei minha cota.
Lindo texto.
ResponderExcluirEi querido! Bom receber sua visita! Beijos
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