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Caixa de entrada cada vez menos com mensagens pessoais. São sempre as compras coletivas, horóscopos virtuais e outros que já vão direto para o spam. E eu adoro receber e-mails, notícias, músicas, sinais de fumaça de amigos que estejam tão longe, tão perto. Ontem fui presenteada com essa lindeza da querida Olívia. E isso me lembrou que tenho que caprichar nos meus desejos de ano novo para quem realmente importa.
A Carlos Drummond de Andrade (João Cabral de Melo Neto)
Não há guarda-chuva
contra o poema
subindo de regiões onde tudo é surpresa
como uma flor mesmo num canteiro.
Não há guarda-chuva
contra o amor
que mastiga e cospe como qualquer boca,
que tritura como um desastre.
Não há guarda-chuva
contra o tédio:
o tédio das quatro paredes, das quatro
estações, dos quatro pontos cardeais.
Não há guarda-chuva
contra o mundo
cada dia devorado nos jornais
sob as espécies de papel e tinta.
Não há guarda-chuva
contra o tempo,
rio fluindo sob a casa, correnteza
carregando os dias, os cabelos.
A Carlos Drummond de Andrade (João Cabral de Melo Neto)
Não há guarda-chuva
contra o poema
subindo de regiões onde tudo é surpresa
como uma flor mesmo num canteiro.
Não há guarda-chuva
contra o amor
que mastiga e cospe como qualquer boca,
que tritura como um desastre.
Não há guarda-chuva
contra o tédio:
o tédio das quatro paredes, das quatro
estações, dos quatro pontos cardeais.
Não há guarda-chuva
contra o mundo
cada dia devorado nos jornais
sob as espécies de papel e tinta.
Não há guarda-chuva
contra o tempo,
rio fluindo sob a casa, correnteza
carregando os dias, os cabelos.
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