Oh, yeah

Há muito não indico um filme por aqui. Não que não esteja assistindo a bons filmes, mas é que existem hoje tantos blogs cinemaníacos, musicais ou literários que, muitas vezes, guardo para mim certas impressões. Guardo também em tíquetes de viagem (como foi a psicografia Radiohead), bloquinhos (não sou chique o suficiente para molesquines) ou nos extras (o que escrevo e, evidentemente, não posto). Enfim, depois de muitos anos, aprendi a não compartilhar o que penso. Honestamente, tem sido bom para mim em muitas circunstâncias. Mas voltemos à dica.

Não sou uma profunda conhecedora de blues e, confesso, tenho uma certa preguiça do estereótipo de blueseiro (pelo menos os "made in Brasil"aos quais fui apresentada: tiozões meio Nasi, ex-Ira!, que vagam por bares dando em cima de lolitas). No entanto, saí do cinema com vontade de tomar um trago e me deixar levar pelos solos - alguns, familiares - de "Honeydripper". Passei a maior parte da projeção tensa, porque a vida do protagonista é uma desventura em série. Fui relaxando até quase cantar o que conhecia (a música que o Sonny canta na prisão, diga-se, e que acho que os Stones gravaram), torcer por aquelas pessoas, vibrar em muitos momentos e desejar que a vida - não apenas as da ficção - seja mais do que as contas a pagar.

Bem, como isso não é uma resenha (não ganho mais para fazer essa tarefa), fica o toque. Como minha querida professora Agnes fez em "Ratatouille", vale ver (ou rever) levando uma garrafinha mini de Jack Daniels na bolsa (no caso dela, foi uma de vinho). Só pude fazer isso depois (como em "Sideways"), mas pelo menos serviu para escrever aqui.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas