Sobre o querer e a mexerica

Engraçado o Antonio Prata ter escrito essa semana que gostava de goiaba, mas não de comê-las. E que gostava de Alice, mas não de namorá-la por motivos similares à implicância dele com goiabas...

Pois hoje eu pensava em você enquanto comia mexerica.

Você me beijaria com a boca de mexerica? Estabeleceria comigo uma nova versão de "Cotidiano", do Chico? Confesso que eu queria aquele tudo sempre igual. Não há mais lugar para o meu querer na montanha-russa, muito menos trancafiado por meses no meu quarto.

Tenho a sensação de que para você eu sou como Alice. Desconfio até que não goste de mexerica. E eu encolhida nesse frio que eu amo, abrindo os gomos, tirando os caroços. Fico com a boca de mexerica, a mão de mexerica...até meu pijama, outrora com cheirinho de amaciante, exala mexerica.

Sou mesmo a Clementine Tangerine. Diante agora de certezas trazidas pela ausência e, pior, pela indiferença. Apesar de desejar que você nunca tivesse existido, desenvolvi meu próprio brilho eterno de uma mente sem lembranças.

Seguirei esperando alguém que aprecie mexerica.


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