You want it all but you can't have it

Não acredito em ganhar dinheiro fácil, muito menos em conhecer o amor da vida no corredor do supermercado. Deleto e-mails com promessas milionárias e não rendo papo quando algum sujeito me pergunta a diferença de um merlot e um shiraz. Sou desconfiada heterodoxa. De modo que sem querer, caio em ciladas e permito também que traiam minha confiança.

(Ando suspeitando que querer não é nem 20%)

Acordei pensando que faltam dois dias, uma semana e não sei quanto tempo. Dois dias para voltar ao trabalho. Uma semana para ganhar mais idade e não sei quanto tempo para, enfim, ter a chave de casa. Não acredito em prazos estipulados por pedreiros, marceneiros e eletricistas. Tão pouco na frente fria, uma vez que moro numa cidade que alterna sol escaldante e temporal. Mesmo assim, tenho casacos nas gavetas e cabides e isso nem tem a ver com ser precavida.

Estou me achando chata há dias. Tomo uma pílula para parar de sangrar. No entanto, os efeitos colaterais se prolongaram e aquele turbilhão chamado TPM não me disse adeus. Estou à flor da pele no sentido próprio e no figurado. Das espinhas às vontades: de sumir, de chorar, de brigar...

Ontem fiz um comentário idiota do qual me arrependi. Não houve como voltar atrás. E não se pode ter o que se quer: dinheiro sobrando, amor por acaso, mudança no prazo, festa de arromba, trabalho sem percalço, hormônios em paz e, principalmente, outono. Como eu queria ter outono. Sem chuva ou mormaço, tirando aos poucos do armário meus casacos guardados.

Comentários

Postagens mais visitadas