Das manhãs de sábado no salão
O pequeno salão que eu frequento tem as mesmas manicures há meses. Uma é meio mal humorada, mas não arranca um bife. A outra é fofa, porém distraída. Sempre marco com a segunda. Sei que ela gosta de roda de samba e vai todo fim de semana desde que se separou. Cuidando das minhas mãos há tempos, ela acha que eu deveria sair mais para dançar e que não aparento de jeito nenhum ter a idade que tenho. O melhor: ela nunca me mostra o carrinho com esmaltes branquinhos.
No dia do pacote completo (pé, mão, sobrancelha e cabelo), recorro àquela que não é de muita conversa. No entanto, desde abril mais ou menos ela vem puxando papo comigo. Foi num sábado em que estavam as duas, a dona do salão e algumas clientes falando sobre comprar cupons de desconto na internet para uma pernoite no motel e, evidentemente, naquela esperança de que os maridos voltassem a ser namorados, ao menos por uma noite. Como entrei na brincadeira, acho que a conquistei. Não foi complicado matar a charada: há no cantinho uma série de revistas Nova. Mais delas do que Cláudia, Caras ou qualquer outra. Trata-se, portanto, de um salão de mulheres calientes.
Digamos que encontrei o meu lugar, mesmo que eu não leia Nova, com seus truques "infalíveis" para seduzir na cama. Aliás, quando penso em seguir algum conselho do tipo, vem a lembrança da vez em que comprei uma calcinha fluorescente que matou um ex-namorado de rir. Demorou até voltarmos às preliminares. A partir dali, resolvi seguir meus próprios instintos e comprar calcinhas menos esquisitas.
Hoje, em especial, a mulherada estava em polvorosa porque o Dia dos Namorados bate à porta. Luzes, cortes, depilação, unhas francesas. Chegou uma moça com os olhos cheios d'água - sim, mulheres são a espécie mais dramática que existe - implorando uma tintura com escova. A dona do salão, que ia atender só pela manhã, pois veria a filha dançar quadrilha à tarde, bem que tentou ligar para os concorrentes da vizinhança, mas ninguém tinha horário. Aflita, a moça disse que tinha um encontro muito importante. Confesso que se pudesse, cederia minha vez. Entretanto, dei bolo na estética semana passada e minha sobrancelha estava assustadora.
Nada pior do que se dar conta de que esqueceu de marcar o salão da semana, só mesmo quando aquele cara liga exatamente nesse dia convidando para um cinema ou um jantar (já falei do drama lá em cima, porém, em muitas situações me solidarizo, em especial, quando se trata de bad hair day ou de depilação que não está essas coisas). É como a maldição da calcinha bege que está ali, justamente quando você resolve ceder às investidas.
A melhor solução é sempre ter um horário fixo no salão durante as manhãs de sábado. Do contrário, eu não teria papos divertidos, dicas das meninas e, claro, uma garantia contra imprevistos.
No dia do pacote completo (pé, mão, sobrancelha e cabelo), recorro àquela que não é de muita conversa. No entanto, desde abril mais ou menos ela vem puxando papo comigo. Foi num sábado em que estavam as duas, a dona do salão e algumas clientes falando sobre comprar cupons de desconto na internet para uma pernoite no motel e, evidentemente, naquela esperança de que os maridos voltassem a ser namorados, ao menos por uma noite. Como entrei na brincadeira, acho que a conquistei. Não foi complicado matar a charada: há no cantinho uma série de revistas Nova. Mais delas do que Cláudia, Caras ou qualquer outra. Trata-se, portanto, de um salão de mulheres calientes.
Digamos que encontrei o meu lugar, mesmo que eu não leia Nova, com seus truques "infalíveis" para seduzir na cama. Aliás, quando penso em seguir algum conselho do tipo, vem a lembrança da vez em que comprei uma calcinha fluorescente que matou um ex-namorado de rir. Demorou até voltarmos às preliminares. A partir dali, resolvi seguir meus próprios instintos e comprar calcinhas menos esquisitas.
Hoje, em especial, a mulherada estava em polvorosa porque o Dia dos Namorados bate à porta. Luzes, cortes, depilação, unhas francesas. Chegou uma moça com os olhos cheios d'água - sim, mulheres são a espécie mais dramática que existe - implorando uma tintura com escova. A dona do salão, que ia atender só pela manhã, pois veria a filha dançar quadrilha à tarde, bem que tentou ligar para os concorrentes da vizinhança, mas ninguém tinha horário. Aflita, a moça disse que tinha um encontro muito importante. Confesso que se pudesse, cederia minha vez. Entretanto, dei bolo na estética semana passada e minha sobrancelha estava assustadora.
Nada pior do que se dar conta de que esqueceu de marcar o salão da semana, só mesmo quando aquele cara liga exatamente nesse dia convidando para um cinema ou um jantar (já falei do drama lá em cima, porém, em muitas situações me solidarizo, em especial, quando se trata de bad hair day ou de depilação que não está essas coisas). É como a maldição da calcinha bege que está ali, justamente quando você resolve ceder às investidas.
A melhor solução é sempre ter um horário fixo no salão durante as manhãs de sábado. Do contrário, eu não teria papos divertidos, dicas das meninas e, claro, uma garantia contra imprevistos.
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