Temporada de gripe
De vez em quando acho que para algumas coisas na vida sou que nem homem. Listo a incapacidade de lidar com a dor física nesse quesito. Quando contam sobre como foi um parto que demorou horas, costumo ficar horrorizada. E sou tão avessa ao desconforto que radicalizo: tirei os quatro sisos de uma vez, porém o dentista teve que chamar minha mãe para me dar a mão. Depois, claro, morri de vergonha do meu papelão e nem voltei no consultório.
Ficar doente me tira do sério. Não achar posição para dormir, ainda que sonolenta por conta dos remédios, sentir que tomei uma surra. Existem também agravantes como a minha neurose: desconfio do diagnóstico simples. Esse horror não pode ser uma gripe ou "virose" (clínico geral de pronto atendimento ama dizer que é virose. Nem sei para quê se deu ao trabalho de entrar na faculdade de medicina). Digo porque não há efeito instantâneo para os malditos remédios. Faço um coquetel com toda vitamina C possível e nada...é que o vírus já está lá fazendo a festa. Alguns dizem que o melhor é esperar e tomar água.
Repouso forçado. Nada pode ser tão anti-natural para mim do que ficar quieta. No final de semana que eu iria ao show do Marcelo Jeneci, ao teatro para ver "Estamira" e ao Natura Musical, usando o intervalo para fazer as malas para, enfim, mudar, me vejo caindo pelas tabelas. Perdi a apresentação de ontem, estou um zumbi hoje com o ingresso na mão. Só pode ser castigo por algo que se fiz, nem me lembro (aliás, o esquecimento, como no post abaixo, anda comigo. Ele e o fogo, igualzinho a música da Nação Zumbi).
Por fim, a gripe em particular tem poderes devastadores sobre mim. Ao contrário de toda humanidade, fico com um apetite de leão (e não deixo de sentir o gosto de nada porque a superdosagem de analgésicos não deixa) e me sinto a mais solitária das pessoas, levo a coroa "drama queen" de qualquer um. Não que não tenha colo, pois minha mãe sempre me dá. Tanto que quando eu era casada, fugi gripada para a casa dela para ser devidamente mimada e tomar canja de galinha. Entretanto, com um certo nojinho admito: faz falta ter um namorado para contaminar. Ficar debaixo das cobertas fungando juntos, acionar alarmes para a hora do próximo comprimido, saber que mesmo com o nariz de bambi e o pijama molambo, alguém me acha especial.
Minha sorte, enfim, é que gripes devastadoras são muito esporádicas em minha vida. Amém.
Ficar doente me tira do sério. Não achar posição para dormir, ainda que sonolenta por conta dos remédios, sentir que tomei uma surra. Existem também agravantes como a minha neurose: desconfio do diagnóstico simples. Esse horror não pode ser uma gripe ou "virose" (clínico geral de pronto atendimento ama dizer que é virose. Nem sei para quê se deu ao trabalho de entrar na faculdade de medicina). Digo porque não há efeito instantâneo para os malditos remédios. Faço um coquetel com toda vitamina C possível e nada...é que o vírus já está lá fazendo a festa. Alguns dizem que o melhor é esperar e tomar água.
Repouso forçado. Nada pode ser tão anti-natural para mim do que ficar quieta. No final de semana que eu iria ao show do Marcelo Jeneci, ao teatro para ver "Estamira" e ao Natura Musical, usando o intervalo para fazer as malas para, enfim, mudar, me vejo caindo pelas tabelas. Perdi a apresentação de ontem, estou um zumbi hoje com o ingresso na mão. Só pode ser castigo por algo que se fiz, nem me lembro (aliás, o esquecimento, como no post abaixo, anda comigo. Ele e o fogo, igualzinho a música da Nação Zumbi).
Por fim, a gripe em particular tem poderes devastadores sobre mim. Ao contrário de toda humanidade, fico com um apetite de leão (e não deixo de sentir o gosto de nada porque a superdosagem de analgésicos não deixa) e me sinto a mais solitária das pessoas, levo a coroa "drama queen" de qualquer um. Não que não tenha colo, pois minha mãe sempre me dá. Tanto que quando eu era casada, fugi gripada para a casa dela para ser devidamente mimada e tomar canja de galinha. Entretanto, com um certo nojinho admito: faz falta ter um namorado para contaminar. Ficar debaixo das cobertas fungando juntos, acionar alarmes para a hora do próximo comprimido, saber que mesmo com o nariz de bambi e o pijama molambo, alguém me acha especial.
Minha sorte, enfim, é que gripes devastadoras são muito esporádicas em minha vida. Amém.
De repente, o imprescindível virou improvável, e tudo que era urgente ficou para depois. Sem oxigênio, o incêndio apaga sozinho.
ResponderExcluirUm viva para as gripes que nos mostram o poder do inexorável e a fragilidade da vida, em vida!
Sei não...há fragilidades que eu preferia não evidenciar. Mas vamos que vamos.
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