O bilhetinho

Eu nunca irei te dizer isso olhando nos olhos. Tão pouco você irá receber essas linhas um tanto inacabadas por e-mail, correio ou debaixo de sua porta num envelope branco sem remetente...

Se te assustei, se te aborreci, se nos tirei de um lugar especial, se me afastei, me desculpe. Eu não sou assim, mas estou.

E gostaria que houvesse um prazo de validade na embalagem... Para minha insensatez, para minha culpa, para o que não se pode remediar.

Essa minha insônia, esse meu receio de esbarrar com você amanhã ou depois de amanhã.

E vai acontecer. Irei sorrir mais estranha do que essa ficção sem roteiro ou diretor, pois da realidade pouco me lembro.

Não me queira mal.

Só ando um pouco perdida.

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