A princesa da capa amarela
Quando não havia minha irmã ou meu primo Zezinho e eu reinava na casa dos meus avós, fui coroada a princesa da capa amarela. Era a cortina velha do banheiro que seria jogada fora. No entanto, foi transformada pelo meu tio Marco num manto real. Houve até desfile no corredor, que agora está vazio. Não há o latido da Kid, o cheiro da comida da vovó vindo da cozinha e nem a minha algazarra.
Nesse momento, eu só consigo me ver como a princesa da capa amarela, cujos desejos da infância sempre eram realizadas num passe de mágica. Tudo era infinitamente mais fácil e não havia essa dor, esse mal estar...esse calabouço.
Vou escrever a história do "Menino do Dedo Verde" para não me esquecer, embora houvesse o tempo em que obrigava meu tio contá-la à exaustão até que eu dormisse. Isso foi trabalho de Hércules, porque minha pilha é duracel desde que nasci.
Passarei o dia 27 de novembro, o natal e meu aniversário sem ele daqui por diante. Sem meu tio e padrinho, que fez a minha primeira obturação e, depois, meu encheu de balas e caramelos. A lembrança do lanche das lojas Americanas do centro, dos milhares de brinquedos (normalmente concedidos em dose dupla, uma vez que o título dele também o era) vão se amarelando, como a capa de princesa que eu devia ter guardado.
Foram tantos cartões, bilhetes, caixas, cadernos feitos à mão, exclusivamente, com cuidado e afeto...Ainda assim, hão de ser insuficientes para suprir minhas saudades. Porque eu tenho a certeza de que a saudade não morre, como morreu o vovô Azevedo, a vovó Celinha, o tio Fábio. Trocaria meu reinado, minha capa amarela e todos os meus súditos da coleção completa da Moranguinho para que meu tio Marco não partisse, especialmente como neste 02 de junho.
A fantasia se esvaiu, a alteza é de araque. Diante da minha impotência e mergulhada na tristeza, que não é só minha, fecho os olhos e penso como seria o meu jardim, que é o jardim do Menino do Dedo Verde. Eu quero que meu tio Marco esteja lá, com flores brancas e uma paz infinita. Ele merece.
Nesse momento, eu só consigo me ver como a princesa da capa amarela, cujos desejos da infância sempre eram realizadas num passe de mágica. Tudo era infinitamente mais fácil e não havia essa dor, esse mal estar...esse calabouço.
Vou escrever a história do "Menino do Dedo Verde" para não me esquecer, embora houvesse o tempo em que obrigava meu tio contá-la à exaustão até que eu dormisse. Isso foi trabalho de Hércules, porque minha pilha é duracel desde que nasci.
Passarei o dia 27 de novembro, o natal e meu aniversário sem ele daqui por diante. Sem meu tio e padrinho, que fez a minha primeira obturação e, depois, meu encheu de balas e caramelos. A lembrança do lanche das lojas Americanas do centro, dos milhares de brinquedos (normalmente concedidos em dose dupla, uma vez que o título dele também o era) vão se amarelando, como a capa de princesa que eu devia ter guardado.
Foram tantos cartões, bilhetes, caixas, cadernos feitos à mão, exclusivamente, com cuidado e afeto...Ainda assim, hão de ser insuficientes para suprir minhas saudades. Porque eu tenho a certeza de que a saudade não morre, como morreu o vovô Azevedo, a vovó Celinha, o tio Fábio. Trocaria meu reinado, minha capa amarela e todos os meus súditos da coleção completa da Moranguinho para que meu tio Marco não partisse, especialmente como neste 02 de junho.
A fantasia se esvaiu, a alteza é de araque. Diante da minha impotência e mergulhada na tristeza, que não é só minha, fecho os olhos e penso como seria o meu jardim, que é o jardim do Menino do Dedo Verde. Eu quero que meu tio Marco esteja lá, com flores brancas e uma paz infinita. Ele merece.
'despedir dá febre'. G.R. beijos doces.
ResponderExcluirEstou arrasada por vocês... Sinto muito, desejo muita força para vocês. bjs, Paola
ResponderExcluirquerida !!!!!!
ResponderExcluirMeus queridos, muito obrigada pelas palavras de conforto. esse é dos momentos mais difíceis pelos quais passamos, mas essa dor um dia se vai. Sem amigos teria sido muito pior. beijos
ResponderExcluirLud, sinto muitíssimo. Bjo grande pra vc, sua mãe e sua irmã.
ResponderExcluirLud Bifano
Obrigada Flor! Beijos enviados!
ResponderExcluir