Something
Não sei se sobra espaço para postar em pílulas após o advento do Twitter na minha vida. Mas se eu soar redundante para quem me acompanha por lá, peço desculpas. Sei que entre meus poucos leitores há os que não querem saber de (mais) apetrechos do universo paralelo. Porque existem trocentas formas de se relacionar virtualmente e, ainda bem, muitas delas começam a dar preguiça na gente.
Hoje mesmo eu conversei no msn com um amigo de quem sentia muita saudade. Ele sumiu, não respondia quando estava online. Cheguei a pensar que estivesse chateado comigo por algum motivo. Haveria motivo? Não. No nosso último encontro, mesmo que breve, levei um presente para o bebê dele. Porém é comum achar que há alguma coisa, uma fofoca ou maledicência. E se alguém inventou uma mentira sobre mim para ele? Engraçado como paranóias nos pegam às vezes. Mais do que isso: é muito difícil acreditar na bondade das pessoas.
Antes que alguém ache que eu reergui o muro de lamentações, explico: estou tentando diariamente vencer a tendência em pensar amarga ou negativamente. Gentileza gera gentileza, já diria o Profeta de mesmo nome, não é mesmo? Lembrei-me agora do manifesto da amiga Carol por um mundo mais delicado. Ela está certíssima. Afinal, precisamos de mais tolerância, de mais sorriso, de mais "obrigada" e "por favor".
Voltando ao meu amigo, tudo o que eu queria hoje era tomar uma cerveja com ele na Mercearia São Pedro, como nos velhos tempos. Esse excesso de virtualidade nas relações vem fazendo com que eu não abrace, não brinde e nem telefone no dia do aniversário. Então ficamos nessa de scrap e SMS até que não nos reconheçamos mais? Comigo não!
Hoje na sessão de acupuntura cheguei à uma conclusão curiosa: se eu acabar com este blog, muita gente terá notícias minhas. Não que eu seja "noticiável", veja bem. Mas na ante-sala do consultório costumo conversar com a Luciana, recepcionista. Na minha última ida lá falamos de superação. Citei uma amiga, minha melhor amiga, como um exemplo de pessoa batalhadora. Pela manhã, a Luciana me mandou por e-mail um texto muito comovente sobre uma senhora que tinha como sonho cursar faculdade. Ela entrou aos 87 anos e foi, ao longo do tempo do curso, uma inspiração para a turma. Após graduar-se, morreu dormindo.
A Bida, minha depiladora, que é das poucas pessoas que me conhecem intimamente (com o perdão da infâmia) é outra com quem adoro conversar. Futilidades da revista, assuntos profundos com a interferência da Igreja Cristã no Estado (que deveria ser laico). Também converso com o Carlinhos, zelador do meu prédio, que sabe que prefiro frio, cuido da Georginha quando minha mãe está fora e adoro fazer almoço no domingo. Tem a caixa da padaria que me pergunta sempre como está o Téti, o colega da academia que pede dicas culturais e quer saber minha opinião sobre jornalismo nos dias de hoje.
O triste é que muitos amigos que eu amo nem sempre sabem como eu estou e vice-versa. Não sei como e nem por que. Não há tempo de encontrar. Para encontrar tem que ter dia e hora marcados. Sinto falta de saber para quem posso ligar nesse exato momento e chamar para tomar um café ou ver um filme. Tem o marido, a namorada, o bebê, uma festa já programada, precisa acordar cedo no dia seguinte, vai trabalhar até mais tarde...
Eu queria ter escrito em pílulas também para contar que vou correr na minha primeira maratona. Será no dia do meu aniversário, cedo, domingo. Não é um absurdo: cinco quilômetros. Depois que me inscrevi, deu frio na barriga. Bateu um arrependimento. Brinquei que seria Kung Fu Panda no meio dos Ninjas. Estou fazendo dieta e cortei álcool até lá, com exceção do brinde ao aniversário de namoro com o marido e os "cumpleanos" dele neste mês. Resolvi encarar muitos medos de uma vez. Eu sei que depois vou achar tudo isso bom/proveitoso.
Pelo jeito, os comprimidos viraram uma cartela e nem mencionei o quanto conto as horas para assistir ao show do Radiohead. O Oasis já cantou "please don't put your life in the hands of Rock' and Roll band". Eu sempre contrariei essa máxima. Foram anos tendo uma educação musical e sentimental embalada por Beatles, Stones, Doors, Led Zepplin e toda uma adolescência achando que só me entendiam de verdade os Titãs, o Faith no More, o Nirvana, o Pearl Jam...A pirralha que existe em mim não vai dormir direito dia 19 de março. Espero continuar assim por muitos e muitos anos.
Faltou falar da festa dos 80 anos do tio Walter, que entrou para o topo da lista como a melhor do ano. Foi uma homenagem linda e comovente que minha prima Vanise preparou para ele. Serviu não só para unir, como reconciliar parte da minha família, que é briguenta, insana, passional, sensível e de bom coração. Eu fui a DJ da noite regada a Frank Sinatra, Julio Iglesias e os hits dos tempos do tio Walter e da vovó Celinha. Não houve como não cair em prantos com a homenagem do meu tio Fábio, que não pode sair de Vitória. Ele lembrou que, ano após ano, a grande ansiedade do aniversário dele era a chegada do tio Walter às festinhas. E ele nunca faltou, sempre levando balinhas e presentes. O tio Walter é um exemplo raro de ser humano maravilhoso, que me faz apagar a falta de fé nas pessoas descrita acima.
Saio agora do trabalho com um presente delicado: minha prima esteve na Noir para deixar um lindo cartão de agradecimento, bombons e o CD novo do U2. O famoso mimo à la Santos. Aquela coisa da linhagem portuguesa que recebe bem, acolhe, prepara o prato predileto no aniversário e tem particularidades como nenhuma outra. O irônico é que precisei de alguma terapia, discos de rock e de muitos amigos até agora para admitir o tamanho do meu amor pela minha louca e adorável família.
Hoje mesmo eu conversei no msn com um amigo de quem sentia muita saudade. Ele sumiu, não respondia quando estava online. Cheguei a pensar que estivesse chateado comigo por algum motivo. Haveria motivo? Não. No nosso último encontro, mesmo que breve, levei um presente para o bebê dele. Porém é comum achar que há alguma coisa, uma fofoca ou maledicência. E se alguém inventou uma mentira sobre mim para ele? Engraçado como paranóias nos pegam às vezes. Mais do que isso: é muito difícil acreditar na bondade das pessoas.
Antes que alguém ache que eu reergui o muro de lamentações, explico: estou tentando diariamente vencer a tendência em pensar amarga ou negativamente. Gentileza gera gentileza, já diria o Profeta de mesmo nome, não é mesmo? Lembrei-me agora do manifesto da amiga Carol por um mundo mais delicado. Ela está certíssima. Afinal, precisamos de mais tolerância, de mais sorriso, de mais "obrigada" e "por favor".
Voltando ao meu amigo, tudo o que eu queria hoje era tomar uma cerveja com ele na Mercearia São Pedro, como nos velhos tempos. Esse excesso de virtualidade nas relações vem fazendo com que eu não abrace, não brinde e nem telefone no dia do aniversário. Então ficamos nessa de scrap e SMS até que não nos reconheçamos mais? Comigo não!
Hoje na sessão de acupuntura cheguei à uma conclusão curiosa: se eu acabar com este blog, muita gente terá notícias minhas. Não que eu seja "noticiável", veja bem. Mas na ante-sala do consultório costumo conversar com a Luciana, recepcionista. Na minha última ida lá falamos de superação. Citei uma amiga, minha melhor amiga, como um exemplo de pessoa batalhadora. Pela manhã, a Luciana me mandou por e-mail um texto muito comovente sobre uma senhora que tinha como sonho cursar faculdade. Ela entrou aos 87 anos e foi, ao longo do tempo do curso, uma inspiração para a turma. Após graduar-se, morreu dormindo.
A Bida, minha depiladora, que é das poucas pessoas que me conhecem intimamente (com o perdão da infâmia) é outra com quem adoro conversar. Futilidades da revista, assuntos profundos com a interferência da Igreja Cristã no Estado (que deveria ser laico). Também converso com o Carlinhos, zelador do meu prédio, que sabe que prefiro frio, cuido da Georginha quando minha mãe está fora e adoro fazer almoço no domingo. Tem a caixa da padaria que me pergunta sempre como está o Téti, o colega da academia que pede dicas culturais e quer saber minha opinião sobre jornalismo nos dias de hoje.
O triste é que muitos amigos que eu amo nem sempre sabem como eu estou e vice-versa. Não sei como e nem por que. Não há tempo de encontrar. Para encontrar tem que ter dia e hora marcados. Sinto falta de saber para quem posso ligar nesse exato momento e chamar para tomar um café ou ver um filme. Tem o marido, a namorada, o bebê, uma festa já programada, precisa acordar cedo no dia seguinte, vai trabalhar até mais tarde...
Eu queria ter escrito em pílulas também para contar que vou correr na minha primeira maratona. Será no dia do meu aniversário, cedo, domingo. Não é um absurdo: cinco quilômetros. Depois que me inscrevi, deu frio na barriga. Bateu um arrependimento. Brinquei que seria Kung Fu Panda no meio dos Ninjas. Estou fazendo dieta e cortei álcool até lá, com exceção do brinde ao aniversário de namoro com o marido e os "cumpleanos" dele neste mês. Resolvi encarar muitos medos de uma vez. Eu sei que depois vou achar tudo isso bom/proveitoso.
Pelo jeito, os comprimidos viraram uma cartela e nem mencionei o quanto conto as horas para assistir ao show do Radiohead. O Oasis já cantou "please don't put your life in the hands of Rock' and Roll band". Eu sempre contrariei essa máxima. Foram anos tendo uma educação musical e sentimental embalada por Beatles, Stones, Doors, Led Zepplin e toda uma adolescência achando que só me entendiam de verdade os Titãs, o Faith no More, o Nirvana, o Pearl Jam...A pirralha que existe em mim não vai dormir direito dia 19 de março. Espero continuar assim por muitos e muitos anos.
Faltou falar da festa dos 80 anos do tio Walter, que entrou para o topo da lista como a melhor do ano. Foi uma homenagem linda e comovente que minha prima Vanise preparou para ele. Serviu não só para unir, como reconciliar parte da minha família, que é briguenta, insana, passional, sensível e de bom coração. Eu fui a DJ da noite regada a Frank Sinatra, Julio Iglesias e os hits dos tempos do tio Walter e da vovó Celinha. Não houve como não cair em prantos com a homenagem do meu tio Fábio, que não pode sair de Vitória. Ele lembrou que, ano após ano, a grande ansiedade do aniversário dele era a chegada do tio Walter às festinhas. E ele nunca faltou, sempre levando balinhas e presentes. O tio Walter é um exemplo raro de ser humano maravilhoso, que me faz apagar a falta de fé nas pessoas descrita acima.
Saio agora do trabalho com um presente delicado: minha prima esteve na Noir para deixar um lindo cartão de agradecimento, bombons e o CD novo do U2. O famoso mimo à la Santos. Aquela coisa da linhagem portuguesa que recebe bem, acolhe, prepara o prato predileto no aniversário e tem particularidades como nenhuma outra. O irônico é que precisei de alguma terapia, discos de rock e de muitos amigos até agora para admitir o tamanho do meu amor pela minha louca e adorável família.
Oi querida, obrigada por me mencionar, mas o que vc disse sobre os amigos está mais certíssimo ainda. infelizmente. eu mesma estou há duas semanas tentando jantar com duas amigas minhas e cada hora uma desmarca. nem posso reclamar pois eu tbem tive q desmarcar, e fico triste... mas é a vida. e ela muda. só não podemos deixar de continuar tentando encontrar. E aquele cinema prometido, heim?
ResponderExcluirbjos.
Temos que marcar MESMO né? Beijos
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