Alegría



Eu tinha um certo preconceito contra o Cirque du Soleil. O grande apelo midiático que desde sempre cercou a trupe, somado ao número de celebridades (e pseudo em sua maioria) que batem ponto nas estréias brasileiras, gerando mais fofoca do que notícia no dia seguinte, contribuíram bastante para que eu não movesse uma palha sequer para solicitar cortesias (quando eu trabalhava em jornal) ou checar reservas para comprar um ingresso, nem que fosse por mera curiosidade.

Quando a lona se armou em Belo Horizonte, eu obviamente estava alheia à Alegría, mas não completamente porque as propagandas do Bradesco e American Express não deixaram. Eis que mamãe surgiu com um par de ingressos e sugeriu que eu fosse com minha irmã. Eu já previa que seria um espetáculo de qualidade irretocável, só não contava com o fato de que também seria emocionante.

Durante quase duas horas ficamos hipnotizadas com as acrobacias, saltos mortais e contorcionismos. Palhaços divertidíssimos e criaturas bizarras completaram a performance pontuada por um trilha incrível. Pena eu ter demorado um tempinho para perceber que minha preguiça era uma bobagem. Deixei de assistir ao Saltimbanco. Ces la vie...

Tirando a falta de noção do público (que mesmo sendo proibido, dá um jeito de fotografar e não cala a boca durante uma apresentação artística), foi uma tarde inesquecível. Bem que as superpotências financeiras poderiam viabilizar sessões para os bolsos mirrados. Seria lindo se todos pudessem ter Alegría.

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