O último final de semana poderia ter sido um fiasco. Não foi. Também não chegou perto do que eu havia planejado, mas em nenhuma época da minha vida aprendi tanto a me adaptar como agora. Adaptar-se ao desconhecido, ao que é menos cômodo e seguro. Tem sido assim por dois meses. Tem dias que eu acho o máximo estar longe de casa, num emprego novo, conhecendo gente com outros sotaques e referências. Aí me vejo como alguém de coragem. Há outros em que me pergunto o que estou fazendo aqui, quando poderei ouvir meus discos, me sentir totalmente à vontade e por que escolho sempre o mais difícil? E ainda existe a terceira possibilidade, que é a aquela de não ficar morrendo de pena de mim mesma e ter a certeza de que certas conquistas não são fáceis para ninguém. Em suma: alterno surtos, melancolia, alegria e pé no chão. A minha "crise dos 30" chegou aos 28. Mais uma vez, meu lado precoce vence o relógio biológico. Vou ao cinema e choro na sala escura sem ter que me importar com quem está ao lado. Depois, desfruto o prazer da minha companhia tomando uma taça de vinho e observo detalhes. Tenho a sorte de, no dia seguinte, sair com bons amigos e rir bastante. Os dias de semana não são iguais: a distância o calor e a chuva têm efeitos variáveis no meu humor. Essa Ludmila não muda. Não gosto de transporte coletivo (ônibus e metrô), no entanto não sei dirigir. Chuva me tira do sério, sol demais irrita. Claro que há o frio, que eu amo. Ele adora me pegar desprevinida. Ultimamente, porém, posso achar a distância importante para organizar minhas idéias, espero a chuva passar sem drama e sei que o sol não vai me derreter por muito tempo, que um ser iluminado inventou o ar condicionado e alguém o colocou na potência máxima na redação do jornal. Sim, minha bolsa Mary Poppins tem milhares de badulaques e lugar para protetor solar, sombrinha e casaco. Para tudo tem lugar. Comigo não vai ser diferente.
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Carpe Diem é uma contradição
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Realmente, milhares de badulaques e um belo post! Eu também odeio chuva...
ResponderExcluirSaudades de você e das nossas conversas na ilha...Beijos
ResponderExcluirFelicidades no seu recomeço Lud.
ResponderExcluir:)
Muita sorte.
Beijinhos da sempr fã
Gra
Lud, adorei o seu post. vc escreve muito bem mesmo.
ResponderExcluirOlha, sempre se lembre da Mary Poppins pra te ajudar a fazer uma mágica nos momentos cruéis. Eles existem aqui ou em SP ou NY. beijos.
Trecho desse post delicioso de se ler: "Essa Ludmila não muda." E eu completo; Essa Ludmila eu adoro.
ResponderExcluirBeijão Lud.
Lud, voce escreve bem demais. Nesse texto voce se superou. Quanto aos sentimentos, é assim mesmo. A contradição faz parte da vida. Tenho certeza que quando isso tudo passar voce vai ser uma pessoa melhor do que já é. Se é que tem jeito. Bj grande. Te amo muito.
ResponderExcluirPuxa, gente: Tô vermelha aqui...Saudades! Adoro Vocês!
ResponderExcluirVc sempre me emociona, e sempre vai. Te amo pra sempre, te amo demais.Mamãe.
ResponderExcluirTe amo muito tb...Beijos
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