Sobre amigas e bebês
Houve um tempo em que fui convidada para vários casamentos das minhas amigas e já poderia então esperar a temporada dos Chás de Bebês, batizados e festas de um aninho. Estou nessa fase, aliás. Semana passada fui ao aniversário do Gabriel, sobrinho da Marianinha. No sábado foi a vez do Chá de Bebê da Pat Furtado. Tenho amigas com recém-nascidos, amigas grávidas e outras tentando engravidar. Acho lindo, embora o espírito "motherhood" não tenha me fisgado.
Constatei o fato na minha empreitada para comprar o presente para o Otto (neném da Pat). Para mim o universo de bebês se limita a sapatinhos, macaquinhos, babadores, gorros, fraldas e mamadeira. Como não tenho afilhado ou sobrinho, fica ainda mais difícil saber que o glossário é bem maior. Cheguei, então, na Baby. Talvez seja a loja que tem o pior atendimento da cidade. Falei para uma fofa que precisava da lista da Patrícia. Ela quase me deixou surda. "Fulana, você tá com a lista da Patrícia?". "Não, deve estar com a Sicrana", respondeu Fulana. "Comigo não está", retrucou Sicrana. Eis que Beltrana surgiu com desdém: "Eu te atendo".
Como os itens estavam assinalados, quis saber se eram presentes já comprados. "Pode ser que sim. Pode ser o que ela quer ou o que ela não quer", disse cinicamente. "Ah, que ótimo, vamos então dar tiros no escuro?", indaguei no mesmo tom. Beltrana sugeriu que eu desse um pagão para o menino. "O que é isso?", perguntei. Ela riu daquele jeito que dá vontade da gente esbofetear, de forma insana e aparentemente injustificável, um ser humano. Eu fui direta: "Olha, minha filha, eu não preciso de lista para comprar um presente. Posso ir a Traquitana ou a qualquer loja de bebê da Major Lopes e dar uma comissão maior para os vendedores de lá". Em menos de 15 minutos fiz a escolha e paguei.
Quando fui comprar o presente de aniversário da Fernanda, cuja festa de aniversário foi ontem, a coisa mudou de figura. Pessoas atenciosas se preocuparam em mostrar o que combinaria com ela e comigo, inclusive, caso eu quiesse uma calça ou camiseta.
No Chá de Bebê me diverti, com uma ponta de sensação de "peixe fora d´água". Por que toda mulher da minha idade, que não tem a menor relação com bebês, parece fazer perguntas que soam estúpidas a grávidas e mães de primeira viagem? Em seguida, fui para um aniversário de um ano do filho de um amigo do Alê. Sim, foi uma overdose de pequenos seres nascidos depois de 2000.
O domingo chegou com a constatação de que solteiros e casais sem filhos fazem parte de universos diferentes dos grávidos e pais. A escolha da mesa, os assuntos, o cigarro, a bebida e a falta de compromisso com horários rígidos. Não sei se é melhor ou pior ou se dá para viver num "universo paralelo". Eu ainda não cheguei lá e por algum tempo vou continuar gostando mais de ir a livrarias, lojas de disco e roupas do que em lojas de brinquedo e de artigos infantis.
Houve um tempo em que fui convidada para vários casamentos das minhas amigas e já poderia então esperar a temporada dos Chás de Bebês, batizados e festas de um aninho. Estou nessa fase, aliás. Semana passada fui ao aniversário do Gabriel, sobrinho da Marianinha. No sábado foi a vez do Chá de Bebê da Pat Furtado. Tenho amigas com recém-nascidos, amigas grávidas e outras tentando engravidar. Acho lindo, embora o espírito "motherhood" não tenha me fisgado.
Constatei o fato na minha empreitada para comprar o presente para o Otto (neném da Pat). Para mim o universo de bebês se limita a sapatinhos, macaquinhos, babadores, gorros, fraldas e mamadeira. Como não tenho afilhado ou sobrinho, fica ainda mais difícil saber que o glossário é bem maior. Cheguei, então, na Baby. Talvez seja a loja que tem o pior atendimento da cidade. Falei para uma fofa que precisava da lista da Patrícia. Ela quase me deixou surda. "Fulana, você tá com a lista da Patrícia?". "Não, deve estar com a Sicrana", respondeu Fulana. "Comigo não está", retrucou Sicrana. Eis que Beltrana surgiu com desdém: "Eu te atendo".
Como os itens estavam assinalados, quis saber se eram presentes já comprados. "Pode ser que sim. Pode ser o que ela quer ou o que ela não quer", disse cinicamente. "Ah, que ótimo, vamos então dar tiros no escuro?", indaguei no mesmo tom. Beltrana sugeriu que eu desse um pagão para o menino. "O que é isso?", perguntei. Ela riu daquele jeito que dá vontade da gente esbofetear, de forma insana e aparentemente injustificável, um ser humano. Eu fui direta: "Olha, minha filha, eu não preciso de lista para comprar um presente. Posso ir a Traquitana ou a qualquer loja de bebê da Major Lopes e dar uma comissão maior para os vendedores de lá". Em menos de 15 minutos fiz a escolha e paguei.
Quando fui comprar o presente de aniversário da Fernanda, cuja festa de aniversário foi ontem, a coisa mudou de figura. Pessoas atenciosas se preocuparam em mostrar o que combinaria com ela e comigo, inclusive, caso eu quiesse uma calça ou camiseta.
No Chá de Bebê me diverti, com uma ponta de sensação de "peixe fora d´água". Por que toda mulher da minha idade, que não tem a menor relação com bebês, parece fazer perguntas que soam estúpidas a grávidas e mães de primeira viagem? Em seguida, fui para um aniversário de um ano do filho de um amigo do Alê. Sim, foi uma overdose de pequenos seres nascidos depois de 2000.
O domingo chegou com a constatação de que solteiros e casais sem filhos fazem parte de universos diferentes dos grávidos e pais. A escolha da mesa, os assuntos, o cigarro, a bebida e a falta de compromisso com horários rígidos. Não sei se é melhor ou pior ou se dá para viver num "universo paralelo". Eu ainda não cheguei lá e por algum tempo vou continuar gostando mais de ir a livrarias, lojas de disco e roupas do que em lojas de brinquedo e de artigos infantis.
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