Com ajudinha de Morfeu

Sempre achei curioso o fato de os sonhos terem um peso no divã. Eu interpreto os meus de modos bem particulares, isso se eu me lembro assim que acordo. Na madrugada passada tive um no qual eu reuni uma série de papeizinhos. Eles pareciam recortes de cadernos escolares, com margens. Eram nomes e telefones.
Comecei a ligar:
- Fulano, tudo bem? Aqui é Ludmila. Estou te ligando para me despedir de você. Tenha uma vida bacana!
Do outro lado, os pigarros, as gagueiras e os silêncios contrastavam com a minha serenidade.
Os papéis tinham nomes aleatórios: Rodrigo, Mateus, Flávio.
Havia a sensação de que nenhum era especial.
Nenhum realmente foi. 
Não me lembro sequer dos nomes reais.
Sei que sumiram.
Depois de elogios, beijos, sessões de cinema, pistas de dança, mesas de bar e a frase clássica: "eu te ligo".
No começo daquela fase, achei estranho. Ao final, nem dava o telefone quando pediam. 
O sonho fez uma viagem para talvez, na minha leitura, eu dizer exatamente o que eu poderia ter dito na época: tenha uma vida bacana. 
Eu tenho. Com direito carinhos pela manhã, deitar no colo para ver filme, café expresso feito especialmente para mim e mil coisas para dividir, entre ideias, segredos e planos.







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