Sobre matar o blog
Eu queria matar você.
Eu iria te excluir sem salvar nenhuma palavra.
Não haveria uma única letra necessária.
Não existiria mais o dia em que não aluguei aquele apartamento.
Todas as promessas de ano-novo sumiriam.
As frustrações, os pés na bunda, os textos em homenagem aos meus mortos estariam sepultados.
Há dias planejei sua morte.
Pensei até no post de número 1.000 pela simbologia.
Apenas oito publicações e pronto: você iria desaparecer do mundo virtual.
As pessoas abandonam seus escritos.
Percebi isso limpando a listas que eu seguia.
Eu não queria te largar apenas.
Seria matar mesmo, executar a sangue frio.
Não me lembrar de comentários ou das setenta e poucas pessoas que te adicionaram à lista.
Queria acabar com você.
Seria um grande feito.
Para essa que nada tem feito.
Desprezaria os porquês.
Já pensou?
Você, sepultado, mortinho da Silva.
Eu seria sua viúva-negra.
Quando me perguntassem pessoalmente, me esquivaria.
No Facebook, bloquearia.
No Twitter, ignoraria.
Seguiria meus dias clicando na página branca do word para que só eu lesse minha próxima inquietação.
Em inglês tem um termo de que gosto muito: the master plan.
Sua morte seria o meu trunfo.
Contra tanta coisa que não consigo explicar ou entender...
Acordei com um punhal na mão.
A conexão estava perfeita.
E você ali, quietinho, sem comentário para eu moderar.
Foram apenas 19 visualizações neste dia, quem iria perceber?
Veio o filminho na cabeça.
12 anos escrevendo num blog!
Gente que foi, gente que está.
Não sou a mesma.
Eu iria te matar, certamente.
Fiz uma mudanças no layout para você morrer mais atualizado, uma dignidade virtual, sei lá.
Então, fui alimentar as gatas, regar as plantas, pendurar roupas no varal, fazer um café.
Voltei, mas não consegui.
Abri outras janelas ao longo do dia.
Comentei lá e cá. Voltei e não havia medo no ar.
Eu poderia te matar tranquilamente.
Você existiria além de mim de algum modo.
E eu não consegui.
Eu iria te excluir sem salvar nenhuma palavra.
Não haveria uma única letra necessária.
Não existiria mais o dia em que não aluguei aquele apartamento.
Todas as promessas de ano-novo sumiriam.
As frustrações, os pés na bunda, os textos em homenagem aos meus mortos estariam sepultados.
Há dias planejei sua morte.
Pensei até no post de número 1.000 pela simbologia.
Apenas oito publicações e pronto: você iria desaparecer do mundo virtual.
As pessoas abandonam seus escritos.
Percebi isso limpando a listas que eu seguia.
Eu não queria te largar apenas.
Seria matar mesmo, executar a sangue frio.
Não me lembrar de comentários ou das setenta e poucas pessoas que te adicionaram à lista.
Queria acabar com você.
Seria um grande feito.
Para essa que nada tem feito.
Desprezaria os porquês.
Já pensou?
Você, sepultado, mortinho da Silva.
Eu seria sua viúva-negra.
Quando me perguntassem pessoalmente, me esquivaria.
No Facebook, bloquearia.
No Twitter, ignoraria.
Seguiria meus dias clicando na página branca do word para que só eu lesse minha próxima inquietação.
Em inglês tem um termo de que gosto muito: the master plan.
Sua morte seria o meu trunfo.
Contra tanta coisa que não consigo explicar ou entender...
Acordei com um punhal na mão.
A conexão estava perfeita.
E você ali, quietinho, sem comentário para eu moderar.
Foram apenas 19 visualizações neste dia, quem iria perceber?
Veio o filminho na cabeça.
12 anos escrevendo num blog!
Gente que foi, gente que está.
Não sou a mesma.
Eu iria te matar, certamente.
Fiz uma mudanças no layout para você morrer mais atualizado, uma dignidade virtual, sei lá.
Então, fui alimentar as gatas, regar as plantas, pendurar roupas no varal, fazer um café.
Voltei, mas não consegui.
Abri outras janelas ao longo do dia.
Comentei lá e cá. Voltei e não havia medo no ar.
Eu poderia te matar tranquilamente.
Você existiria além de mim de algum modo.
E eu não consegui.
Nossa, se você fizer isto, você vai ver o que é morte afetiva.
ResponderExcluirHahahaha. Não farei, mammy!
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