Brasília

Entendi a lógica das quadras mais rápido do que imaginava.
Gosto de passear pelas mais arborizadas.
Na Copa, ensinei um gringo a chegar na Torre de TV.
Não virei fã de Legião Urbana, porém algumas letras fizeram mais sentido.
Meu nariz ainda sangra.
Não compreendo porque salpicam coentro em saladas por aqui (ou em qualquer lugar do planeta).
Faço piqueniques mais do que em qualquer lugar.
Estico o braço na faixa de pedestre e os carros param.
Acho os ônibus daqui piores que os Belo Horizonte e os de São Paulo.
Ouço diariamente todos os sotaques do Brasil.
A coexistência de tribos diferentes é mais comum nas baladas.
Diferentemente dos paulistas, por aqui não me chamam de mineirinha com tanta frequência.
O céu é dos mais bonitos que já vi e as fotos não precisam de filtro.
Não conheci as cidades-satélite ainda.
Parque da Cidade, CCBB e Cine Brasília são meus lugares favoritos.
Vi bons shows, filmes e exposições de graça.
Fico procurando sombras e azulejos do Athos Bulcão pela cidade.
Descobri meu lado voyeur ao ficar observando quadros e estantes de livros dos apartamentos com grandes janelas.
Ainda tenho que desbravar muitos pontos turísticos.
Não achei o pastel da rodoviária grande coisa.
Percebi, de imediato, o desejo dos jovens de ocupar a cidade e seus espaços de maneira bem democrática.
Aqui discute-se política mais do que em qualquer lugar onde morei.
A maioria dos taxistas tem opiniões políticas conservadoras.
A variação climática num único dia é mais "mulher de fases" que a música dos Raimundos.
Alguns prestadores de serviço tem a impontualidade como marca registrada.
Há quem me olhe com espanto porque não tenho carro.
Há quem me olhe com espanto porque não ando de bicicleta no Eixão domingo.
Eventualmente, acho o JK, o Niemeyer, o Lúcio Costa, entre outros, uns malucos por terem inventado esse lugar.
Confesso que não sei dizer se no fundo gostava daqui ou se aprendi a gostar ao longo deste tempo.
E lá se vão seis meses...






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