A de setembro: Universos Paralelos
Aconteceu outro dia. Eu e uma amiga ficamos um tempão na fila do cinema para uma sessão de “Metrópolis”, do alemão Fritz Lang. Ícone do expressionismo, o filme do final dos anos 20 talvez não agradasse àquela turminha jovem que estava numa espera de dobrar quarteirão. Minha esperança (egoísta) era que aquelas mensagens que estavam enviando para os celulares dos amigos seriam para demovê-los da ideia de ver a única sessão que começaria em uma hora.
Para o meu desespero, não paravam de chegar jovens que se avolumavam na fila, empolgadíssimos. De repente passei a achar incrível aquela movimentação, mesmo sob a pena de perder a chance de ver o clássico no cinema, coisa que para quem gosta faz muita diferença. Foi quando um senhor avisou no alto-falante que a sessão estava esgotada.
Eu e minha amiga fomos para o bar próximo ao cinema, ponto tradicional da boemia brasiliense. Aquele tipo de lugar onde circulam artistas que vendem as próprias gravuras e, para nossa surpresa, um cara com uma bandeja de brigadeiros à venda para financiar uma viagem para o exterior. Ele, que era treinador de um time de basquete queria, estar com seus meninos. O tipo de apelo que convenceria qualquer um que não pudesse com o açúcar por qualquer motivo.
Ainda era cedo, e decidimos encontrar amigos numa roda de samba na outra asa. Quando chegamos ao local, fiquei com a sensação de estar numa espécie de mundo ideal, não pela qualidade musical dos artistas (apelidados por um amigo como a pior melhor banda do gênero da cidade), e sim pela diversidade do público. Meninas com cabelos black power assumidíssimos conversando com amigas com mechas aloiradas no salão. Meninos de mãos dadas com os namorados. Famílias, algumas com crianças, que dançavam e pediam pipoca, alheias aos preceitos de certo e/ou errado, bonito e/ou feio tão arraigados no mundo real e/ou virtual.
Todos vestidos sem cartilhas, e os que assim estavam não recebiam olhares de reprovação. Mundo livre, leve e solto. Como os corpos, os sorrisos naquela noite quente de inverno no Cerrado. Perguntei para um nativo se era sempre assim. Ele respondeu que sim, embora alguns moradores da quadra já tivessem acionado a polícia. E nunca foi pelo samba.
Decidi buscar uma cerveja para me refrescar depois daquilo. Dois caras ao meu lado debatiam sobre política. Só falta começarem a brigar, pensei. Mas um pagou a cerveja para o outro como gesto de “bandeira branca”. Então, apostaram uma caixa para depois do dia 5 de outubro, com churrasco, samba e com toda a turma que estava na roda. “A moça é testemunha”, disse um deles apontando para mim. Só se eu for convidada para a festa, respondi.
Para o meu desespero, não paravam de chegar jovens que se avolumavam na fila, empolgadíssimos. De repente passei a achar incrível aquela movimentação, mesmo sob a pena de perder a chance de ver o clássico no cinema, coisa que para quem gosta faz muita diferença. Foi quando um senhor avisou no alto-falante que a sessão estava esgotada.
Eu e minha amiga fomos para o bar próximo ao cinema, ponto tradicional da boemia brasiliense. Aquele tipo de lugar onde circulam artistas que vendem as próprias gravuras e, para nossa surpresa, um cara com uma bandeja de brigadeiros à venda para financiar uma viagem para o exterior. Ele, que era treinador de um time de basquete queria, estar com seus meninos. O tipo de apelo que convenceria qualquer um que não pudesse com o açúcar por qualquer motivo.
Ainda era cedo, e decidimos encontrar amigos numa roda de samba na outra asa. Quando chegamos ao local, fiquei com a sensação de estar numa espécie de mundo ideal, não pela qualidade musical dos artistas (apelidados por um amigo como a pior melhor banda do gênero da cidade), e sim pela diversidade do público. Meninas com cabelos black power assumidíssimos conversando com amigas com mechas aloiradas no salão. Meninos de mãos dadas com os namorados. Famílias, algumas com crianças, que dançavam e pediam pipoca, alheias aos preceitos de certo e/ou errado, bonito e/ou feio tão arraigados no mundo real e/ou virtual.
Todos vestidos sem cartilhas, e os que assim estavam não recebiam olhares de reprovação. Mundo livre, leve e solto. Como os corpos, os sorrisos naquela noite quente de inverno no Cerrado. Perguntei para um nativo se era sempre assim. Ele respondeu que sim, embora alguns moradores da quadra já tivessem acionado a polícia. E nunca foi pelo samba.
Decidi buscar uma cerveja para me refrescar depois daquilo. Dois caras ao meu lado debatiam sobre política. Só falta começarem a brigar, pensei. Mas um pagou a cerveja para o outro como gesto de “bandeira branca”. Então, apostaram uma caixa para depois do dia 5 de outubro, com churrasco, samba e com toda a turma que estava na roda. “A moça é testemunha”, disse um deles apontando para mim. Só se eu for convidada para a festa, respondi.
Oi Lud, esta é uma das partes que Amo em Brasília!bj
ResponderExcluirBeijo, Rachel :)
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