Um cappuccino morno
Um cappuccino morno. Nada poderia ser pior. O dia estava estranho e ainda choveu. E eu não gosto de chuva, de sol escaldante, dessa combinação veraneia. Sei que a natureza tem ciclos, blá blá blá. Mas invejo os pássaros que voam atrás do clima que consideram mais agradável.
Um cappuccino morno. Não era italiano. Umas pelotas de leite em pó, café solúvel e achocolatado. Eu ilhada naquele café ordinário pensando que a vida não poderia ser como aquele cappuccino. Estava melado, quase transbordando na xícara. A atendente fria provavelmente o esquentaria no micro-ondas, caso eu me valesse da máxima "o cliente tem sempre razão".
Um cappuccino morno. Era preciso fumegar, me esquentar e até quase me queimar...não tenho problemas em ferir a língua. Com um bebida quente ou um beijo demorado e rasgado. Não sou de selinho, não acredito nesse hype. Não sei viver de maneira morna, essa coisa meio Leila Pinheiro cantando: afinadinha, pero non Maria Bethânia. Vá ser abelha rainha na vida e faz de mim um instrumento de seu prazer.
Um cappuccino morno, uma tarde vazia, uma vontade de fim de mundo diante do que é mais ou menos, preguiçoso, pela metade, nem oito, nem oitenta, cheio de medinhos ou não me toques. Nada morno, a não ser um banho antes de dormir, serve para mim. Pago a conta e nem abro a sombrinha. Deixo as gotas geladas me ensoparem. Ao menos, os tais deuses da chuva sabem dosar quando querem.
Um cappuccino morno. Não era italiano. Umas pelotas de leite em pó, café solúvel e achocolatado. Eu ilhada naquele café ordinário pensando que a vida não poderia ser como aquele cappuccino. Estava melado, quase transbordando na xícara. A atendente fria provavelmente o esquentaria no micro-ondas, caso eu me valesse da máxima "o cliente tem sempre razão".
Um cappuccino morno. Era preciso fumegar, me esquentar e até quase me queimar...não tenho problemas em ferir a língua. Com um bebida quente ou um beijo demorado e rasgado. Não sou de selinho, não acredito nesse hype. Não sei viver de maneira morna, essa coisa meio Leila Pinheiro cantando: afinadinha, pero non Maria Bethânia. Vá ser abelha rainha na vida e faz de mim um instrumento de seu prazer.
Um cappuccino morno, uma tarde vazia, uma vontade de fim de mundo diante do que é mais ou menos, preguiçoso, pela metade, nem oito, nem oitenta, cheio de medinhos ou não me toques. Nada morno, a não ser um banho antes de dormir, serve para mim. Pago a conta e nem abro a sombrinha. Deixo as gotas geladas me ensoparem. Ao menos, os tais deuses da chuva sabem dosar quando querem.
Ave... uma amiga me mandou vir aqui e ela muito mandona, nada morna, deixa tudo muito claro, então eu vim loguinho. Texto muito bom, parabéns. E o tema realmente é a minha cara. E as coisas que você gosta também. Obrigada.
ResponderExcluirUm regalo: Apocalipse 3:15-16 “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.” Bêj.
Gracias pelo regalo e pela presença! Visitei seu blog também. Adorei! Vou virar habituê! Beijo
ResponderExcluirDepois de um "beijo demorado e rasgado, de ferir a língua"... eu tomaria até um capuccino fraco e frio. E depois tomaria de novo, outro dia, só para lembrar daquele beijo. Melhor ainda se a chuva aparecesse... Um abraço morno numa chuva fria também pode ser bom...
ResponderExcluirAdorei a desconstrução, Andarilho :)
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