A urgência do amor e a felicidade ao redor
Duas amigas soltaram a mesmíssima frase essa semana, quando disse que tinha "uma novidade para contar".
- Já sei, você está namorando!
Como as duas são gentis, delicadas e torcem incondicionalmente por mim, segui com o meu sorriso mal interpretado e, sem respirar, revelei que era uma mudança bacana na minha carreira, um novo trabalho, um desafio pela frente. Por que as mulheres em especial tem essa obsessão pelo "happy end" de comédia romântica?
(pausa para mea culpa)
E fiquei pensando...
Nessas coisas que não tem a ver com as outras, mas que se misturam virando aquilo que convencionamos a chamar de "realização": empregão, status de relacionamento sério no Facebook, cozinha planejada, férias em Ibiza, milhões de amigos "para bem mais forte poder cantar", barriguinha enxuta, filhos e um pique de atleta...
Minha empolgação tem cores e brilhos; estende-se por mais de uma área da minha vida. Sou capaz, inclusive, de noticiar aos pulos felicidades dos outros, como se fossem do meu infinito particular.
Não estou torcendo o nariz para o que não acontece nesse momento - ele, sempre ele, o amor. Ainda mais agora, às vésperas do dia dos namorados. Vejo o amor espalhado em vitrines, em vídeos virais fofos, em historinhas edificantes contadas nas revistas, em campanhas da internet que pedem "mais, por favor". E os propagadores mais entusiastas são normalmente os que não sabem lidar com ele, me perdoem a franqueza.
Amor não depende somente de combos de lealdade e admiração, como na amizade, ou de dedicação e talento, como no trabalho. O elemento sorte tem sua cota de participação. E sorte é algo muito subjetivo para ser resumido a um oráculo que prevê: "saia de casa, você irá encontrar o seu par" (e você fica entre ir para a rua como uma diva do cinema americano e não dar a menor atenção para aquilo, enquanto assiste de pijama àquele sitcom pela enésima vez).
Conselho bom e dos pouquíssimos que sigo é do meu terapeuta. Eu lido com aquilo que está em minhas mãos. E sigo bem sem a urgência do amor (não quero de jeito nenhum a ausência, que fique fluorescente), comemorando conquistas que também me dão frio na barriga e causam efeitos externos notáveis. Hoje, por coincidência, outra amiga e minha prima disseram: "nossa, como você está bonita! Esse reconhecimento profissional te fez muito bem".
Foco, pé no chão, perseverança...Esses são os tons da vez, ainda que toque eventualmente aquela notinha dissonante que faz com que eu desvie o olhar para algum rapaz que valha a pena, por seu papo divertido, gostos em comum e sorriso encantador.
- Já sei, você está namorando!
Como as duas são gentis, delicadas e torcem incondicionalmente por mim, segui com o meu sorriso mal interpretado e, sem respirar, revelei que era uma mudança bacana na minha carreira, um novo trabalho, um desafio pela frente. Por que as mulheres em especial tem essa obsessão pelo "happy end" de comédia romântica?
(pausa para mea culpa)
E fiquei pensando...
Nessas coisas que não tem a ver com as outras, mas que se misturam virando aquilo que convencionamos a chamar de "realização": empregão, status de relacionamento sério no Facebook, cozinha planejada, férias em Ibiza, milhões de amigos "para bem mais forte poder cantar", barriguinha enxuta, filhos e um pique de atleta...
Minha empolgação tem cores e brilhos; estende-se por mais de uma área da minha vida. Sou capaz, inclusive, de noticiar aos pulos felicidades dos outros, como se fossem do meu infinito particular.
Não estou torcendo o nariz para o que não acontece nesse momento - ele, sempre ele, o amor. Ainda mais agora, às vésperas do dia dos namorados. Vejo o amor espalhado em vitrines, em vídeos virais fofos, em historinhas edificantes contadas nas revistas, em campanhas da internet que pedem "mais, por favor". E os propagadores mais entusiastas são normalmente os que não sabem lidar com ele, me perdoem a franqueza.
Amor não depende somente de combos de lealdade e admiração, como na amizade, ou de dedicação e talento, como no trabalho. O elemento sorte tem sua cota de participação. E sorte é algo muito subjetivo para ser resumido a um oráculo que prevê: "saia de casa, você irá encontrar o seu par" (e você fica entre ir para a rua como uma diva do cinema americano e não dar a menor atenção para aquilo, enquanto assiste de pijama àquele sitcom pela enésima vez).
Conselho bom e dos pouquíssimos que sigo é do meu terapeuta. Eu lido com aquilo que está em minhas mãos. E sigo bem sem a urgência do amor (não quero de jeito nenhum a ausência, que fique fluorescente), comemorando conquistas que também me dão frio na barriga e causam efeitos externos notáveis. Hoje, por coincidência, outra amiga e minha prima disseram: "nossa, como você está bonita! Esse reconhecimento profissional te fez muito bem".
Foco, pé no chão, perseverança...Esses são os tons da vez, ainda que toque eventualmente aquela notinha dissonante que faz com que eu desvie o olhar para algum rapaz que valha a pena, por seu papo divertido, gostos em comum e sorriso encantador.
Adorei!
ResponderExcluirnota: tô tão estafada desse "mais amor, por favor" que tenho vontade de lançar o "fôda-se o amor", apesar de adorá-lo.
Beijos
Hahahaha. Somos do mesmo clube Julia :) Beijos!
ResponderExcluirPapo divertido, gostos em comum e sorriso encantador, seriam certamente três interessantes romances, mas nunca um único caso de amor! Não nesta vida...
ResponderExcluirO romance é importante...
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