Eu nunca...

Há coisas na vida que a gente precisa experimentar. Quem nunca comeu geleia de rosas, por exemplo, não sabe o que está perdendo. Até ontem eu não tinha dançado gafieira na vida. Mas a vontade de um "dois pra lá, dois pra cá" sempre existe quando a gente fica no nosso cantinho observando os casais rodopiando. E tem essa coisa bacana de todo mundo arrumadinho, as moças de vestidos esvoaçantes no salão.

Pois estava eu sentada com amigas até que fui tirada para dançar. Coisa que não me acontecia desde as festinhas de aniversário da pré-adolescência. Recusei porque o medo de pisar no pé do cavalheiro é uma constante. Por isso que fui, de certa forma, para inferninhos dançar sozinha de lá para cá. Perdi um tempão com essa bobagem.

Resolvi brincar de "eu nunca" e a partir de agora fazer o que não tenho coragem, porém que morro de vontade. Aceitei o pedido seguinte do simpático Robinho, professor de dança de salão, que me ensinou que como dama posso conduzir tudo, exceto a dança. Claro que me achei dura e desengonçada. Na terceira tentativa, eu estava soltinha. Ao meu redor, as meninas também se mostravam "pés de valsa".

Do cantinho fui para o meiodo salão. Dancei com mais dois cavalheiros e me senti incrivelmente leve. Como a madrugada prometia seguir surpreendente, esticamos do Centro e Quatro para o Nelson Bordello para que pudéssemo participar do "show de calouros", que, naturalmente pela hora, deveria ter chegado ao fim.

Parece que quando estamos dispostos ao sim, as perspectivas são melhores. Entramos dançando na pista vazia um ótimo set list de rock clássico. Havia diante de nós, um palco. E por que não criar uma one hit band? Foi quando Nati pegou o microfone e deitou-se no sofá, eu toquei um baixo e fiz backing e Tuza dançou na frente do nosso ilustre desconhecido baterista.

Não sei se foi a cerveja, a empolgação ou algum tipo de delírio coletivo. Eu e as meninas juramos que naquele amanhecer de domingo, a pista se encheu para nos ver cantando Beatles e The Stooges. Tivemos até fãs pedindo bis. Mas o show teve que acabar e fomos comer uma massinha no meio do caminho para dormirmos acarinhadas pelos momentos felizes.

Em 2011 quero dancar mais gafieira e fazer coisas bacanas que eu nunca fiz. Montar uma banda pode até ser uma dessas coisas.

Comentários

  1. Nati.4:41 PM

    se for realmente montar uma banda, estarei aqui.

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  2. Uebaaaa. Nati, a gente vai arrasar Paris em chamas! Beijocas!

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