Pessoas Difíceis
Eu escrevi esse texto há algum tempo. Não é para alguém específico, mas para vários "alguéns", incluindo eu mesma. Os aspectos tensos astrológicos e determinadas escolhas tornaram as linhas públicas.
Impressionante a capacidade que toda pessoa “difícil” tem de associar essa característica à de uma “personalidade forte”. É como se intransigência fosse sinônimo de firmeza e as mudanças bruscas de humor devessem ser passíveis da compreensão irrestrita de todos que estão ao redor. Afinal, já que criatura é assim mesmo, o mínimo a se fazer é aceitar. Certo?
Sem querer achar que o meu teto é de amianto (muito pelo contrário), o mínimo de maleabilidade não faria mal algum aos seres humanos. Tento - quase que como num mantra – deixar que problemas pessoais não interfiram na qualidade do meu trabalho. Quando a coisa está insustentável, aviso que não estou no meu melhor dia e sei que minha expressão fechada me entrega. Mas nem sempre foi assim. Acho que a ficha caiu depois que ouvi uma das críticas mais duras e certeiras de um ex-chefe/amigo. De lá para cá, venho brigando com meu lado (predominante) “marrento” para não azedar ambientes (não só o de trabalho)com problemas que dizem respeito a mim mesma e minha visão crítica (às vezes no pior sentido) do universo.
O primeiro passo é dar bom dia até para cavalo. “Bom dia porteiro do prédio”, “bom dia atendente da padaria”. Praticar no elevador, com aquele sujeito que jamais olharia sua cara (mesmo que no fundo o objetivo seja deixa-lo sem graça com a sua finesse forçada). A partir daí, é mais fácil não xingar, com palavras de baixo calão, o motorista que fez questão de passar com o carro em cima de uma poça d´água, que respingou na sua roupa limpinha. Idiota soa menos agressivo que filho da puta desgraçado, não é mesmo?
Quem não tem fé em nada devia fazer ioga. Se isso parece muito zen, que tal uma fluoxetina? São atitudes simples cortar o café se os nervos estão à flor da pele, suspender o álcool se ele te torna mais agressivo, fazer uma psicoterapia se tiver um dinheirinho sobrando. Pois um hábito super comum entre pessoas difíceis é não se libertar de muletas que potencializam suas piores características.
Disparar a metralhadora da reclamação, dizer que ninguém é competente, que - para variar - tudo sobra para ela, a sábia, magnânima e problemática criatura . Pois pessoas difíceis fazem a linha “emburra, mas faz”, ficam remoendo, resmungando e sempre estouram. Onde está o por favor? Cadê o muito obrigado? Tais formas de tratamento desaparecem do vocabulário quando a bombinha relógio humana está num dia daqueles.
“Não dá”, “não posso”. Não, não, não e não. Ser “Poliana”, acredito, é o fim da picada. No entanto para a pessoa difícil a prerrogativa é não poder, não querer e não fazer. Tudo sai conforme sua conveniência, estado de espírito e obrigação. É para se ficar cheio de dedos com a pessoa difícil que traz o tom da alerta e ameaça consigo.
Como eu não me suporto na condição de pessoa difícil nos últimos tempos, percebi que minha tolerância diminuiu drasticamente com as pessoas difíceis do meu círculo de convivência. Tenho com elas a mesma atitude que alguém sábio teve comigo um dia: isolo, deixo que ela fique em sua caverna imaginária posando de vítima das circunstâncias. Até que o bom senso e a racionalidade a tragam para a luz, embora os dias nublados não tardem.
Impressionante a capacidade que toda pessoa “difícil” tem de associar essa característica à de uma “personalidade forte”. É como se intransigência fosse sinônimo de firmeza e as mudanças bruscas de humor devessem ser passíveis da compreensão irrestrita de todos que estão ao redor. Afinal, já que criatura é assim mesmo, o mínimo a se fazer é aceitar. Certo?
Sem querer achar que o meu teto é de amianto (muito pelo contrário), o mínimo de maleabilidade não faria mal algum aos seres humanos. Tento - quase que como num mantra – deixar que problemas pessoais não interfiram na qualidade do meu trabalho. Quando a coisa está insustentável, aviso que não estou no meu melhor dia e sei que minha expressão fechada me entrega. Mas nem sempre foi assim. Acho que a ficha caiu depois que ouvi uma das críticas mais duras e certeiras de um ex-chefe/amigo. De lá para cá, venho brigando com meu lado (predominante) “marrento” para não azedar ambientes (não só o de trabalho)com problemas que dizem respeito a mim mesma e minha visão crítica (às vezes no pior sentido) do universo.
O primeiro passo é dar bom dia até para cavalo. “Bom dia porteiro do prédio”, “bom dia atendente da padaria”. Praticar no elevador, com aquele sujeito que jamais olharia sua cara (mesmo que no fundo o objetivo seja deixa-lo sem graça com a sua finesse forçada). A partir daí, é mais fácil não xingar, com palavras de baixo calão, o motorista que fez questão de passar com o carro em cima de uma poça d´água, que respingou na sua roupa limpinha. Idiota soa menos agressivo que filho da puta desgraçado, não é mesmo?
Quem não tem fé em nada devia fazer ioga. Se isso parece muito zen, que tal uma fluoxetina? São atitudes simples cortar o café se os nervos estão à flor da pele, suspender o álcool se ele te torna mais agressivo, fazer uma psicoterapia se tiver um dinheirinho sobrando. Pois um hábito super comum entre pessoas difíceis é não se libertar de muletas que potencializam suas piores características.
Disparar a metralhadora da reclamação, dizer que ninguém é competente, que - para variar - tudo sobra para ela, a sábia, magnânima e problemática criatura . Pois pessoas difíceis fazem a linha “emburra, mas faz”, ficam remoendo, resmungando e sempre estouram. Onde está o por favor? Cadê o muito obrigado? Tais formas de tratamento desaparecem do vocabulário quando a bombinha relógio humana está num dia daqueles.
“Não dá”, “não posso”. Não, não, não e não. Ser “Poliana”, acredito, é o fim da picada. No entanto para a pessoa difícil a prerrogativa é não poder, não querer e não fazer. Tudo sai conforme sua conveniência, estado de espírito e obrigação. É para se ficar cheio de dedos com a pessoa difícil que traz o tom da alerta e ameaça consigo.
Como eu não me suporto na condição de pessoa difícil nos últimos tempos, percebi que minha tolerância diminuiu drasticamente com as pessoas difíceis do meu círculo de convivência. Tenho com elas a mesma atitude que alguém sábio teve comigo um dia: isolo, deixo que ela fique em sua caverna imaginária posando de vítima das circunstâncias. Até que o bom senso e a racionalidade a tragam para a luz, embora os dias nublados não tardem.
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