De repente 30?
Desde que eu era criança sentia a proximidade do meu aniversáio a partir de janeiro. Não que eu sopre mais uma vela no mês que vem ou em março. Pode parecer que abril esteja longe. Para mim, ele está despedaçado. Estou pensando nos 30 desde os 28. Tomei certas providências como achar uma boa dermatologista, mas as marcas de expressão estão desenhadas abaixo dos olhos, entre as sobrancelhas. Não há creme caro (e põe caro) que detenha o tempo...
Ao mesmo tempo, minha mente faz listas absurdas e constantes. Tudo aquilo que tive e o que não tenho ainda. Lembro-me que antes eu saía para dançar quase semanalmente; fazia spinning diariamente, tinha uma meia dúzia de pessoas que eu podia chamar em cima da hora para um programa qualquer. Agora eu leio livro com mais freqüência, cuido da minha casa, do meu jardim e não faço nenhum tipo prestação (fora pagar aluguel).
Não sei se é tão melhor assim. Às vezes quero fechar o livro e me balançar ao som "I Don’t Feel Like Dancing", do Scissor Sisters, falar bobagens com minhas amigas e comprar uma bolsa maravilhosa sem pensar que tem três dígitos. Antes talvez faltasse o que eu venho construindo. Eu me sentia frustrada por querer ler mais, por fazer parte da turma que não deveria morar mais com os pais e, principalmente, pela falta de coragem de mudar.
Eu continuo dando minhas cabeçadas, é fato. Tomo porres adolescentes, cruzo os braços para determinadas "regras do jogo", quando deveria tentar ser maleável ou "política". Eu continuo achando que tenho pique para mil trabalhos e aceito sem avaliar os benefícios que eu terei. Ao final, arrependo-me do comprometimento e recebo menos do que deveria e mereceria pelo esforço.
Eu queria brigar menos com meu namorado, me mudar de São Paulo. Entretanto, não estou com vontade de voltar a Belo Horizonte. Quero outros horizontes. Demorei tanto para me sentir insatisfeita na TV e muito pouco para perceber até onde eu chegaria no jornal...
É hora de traçar outros planos e fazer as malas. Eu não gosto mais de jornalismo. Eu não gosto mais da última banda hype que surgiu na última semana. Estou felicíssima ouvindo uma coletânea de três CDs com os melhores anos dos Rolling Stones em Londres. Adquiri as bolachinhas na Nuvem Nova, uma loja sensacional no Itaim. Amo loja de discos.
Amo descobrir coisas, gostos e cheiros. De modo que gostaria de ficar menos enfurnada num ambiente sério e blasé. Preciso explorar mais livros. Achar "Orgulho e Preconceito" num sebo, conversar com outras pessoas que não sejam da minha área. Adoro papos com motoristas de táxi, floristas e estrangeiros que falem de vinhos, política e viagens. Como um amigo do Luiz que conheci em seu aniverásio ontem.
Não quero para mim a vida triste e lamuriosa que contemplo do meu cercadinho. O salário do vizinho pode ter um zero a mais, contudo, sua grama é só grama. Quero um jardim de tulipas e marcas no rosto que sejam de tanto rir, de chorar, de viver.
Eu quero parar o carro e descer na próxima esquina. Os dias passam mais rápido agora e se minhas experiências não se renovam, ok, elas são o bastante para o momento.
Desde que eu era criança sentia a proximidade do meu aniversáio a partir de janeiro. Não que eu sopre mais uma vela no mês que vem ou em março. Pode parecer que abril esteja longe. Para mim, ele está despedaçado. Estou pensando nos 30 desde os 28. Tomei certas providências como achar uma boa dermatologista, mas as marcas de expressão estão desenhadas abaixo dos olhos, entre as sobrancelhas. Não há creme caro (e põe caro) que detenha o tempo...
Ao mesmo tempo, minha mente faz listas absurdas e constantes. Tudo aquilo que tive e o que não tenho ainda. Lembro-me que antes eu saía para dançar quase semanalmente; fazia spinning diariamente, tinha uma meia dúzia de pessoas que eu podia chamar em cima da hora para um programa qualquer. Agora eu leio livro com mais freqüência, cuido da minha casa, do meu jardim e não faço nenhum tipo prestação (fora pagar aluguel).
Não sei se é tão melhor assim. Às vezes quero fechar o livro e me balançar ao som "I Don’t Feel Like Dancing", do Scissor Sisters, falar bobagens com minhas amigas e comprar uma bolsa maravilhosa sem pensar que tem três dígitos. Antes talvez faltasse o que eu venho construindo. Eu me sentia frustrada por querer ler mais, por fazer parte da turma que não deveria morar mais com os pais e, principalmente, pela falta de coragem de mudar.
Eu continuo dando minhas cabeçadas, é fato. Tomo porres adolescentes, cruzo os braços para determinadas "regras do jogo", quando deveria tentar ser maleável ou "política". Eu continuo achando que tenho pique para mil trabalhos e aceito sem avaliar os benefícios que eu terei. Ao final, arrependo-me do comprometimento e recebo menos do que deveria e mereceria pelo esforço.
Eu queria brigar menos com meu namorado, me mudar de São Paulo. Entretanto, não estou com vontade de voltar a Belo Horizonte. Quero outros horizontes. Demorei tanto para me sentir insatisfeita na TV e muito pouco para perceber até onde eu chegaria no jornal...
É hora de traçar outros planos e fazer as malas. Eu não gosto mais de jornalismo. Eu não gosto mais da última banda hype que surgiu na última semana. Estou felicíssima ouvindo uma coletânea de três CDs com os melhores anos dos Rolling Stones em Londres. Adquiri as bolachinhas na Nuvem Nova, uma loja sensacional no Itaim. Amo loja de discos.
Amo descobrir coisas, gostos e cheiros. De modo que gostaria de ficar menos enfurnada num ambiente sério e blasé. Preciso explorar mais livros. Achar "Orgulho e Preconceito" num sebo, conversar com outras pessoas que não sejam da minha área. Adoro papos com motoristas de táxi, floristas e estrangeiros que falem de vinhos, política e viagens. Como um amigo do Luiz que conheci em seu aniverásio ontem.
Não quero para mim a vida triste e lamuriosa que contemplo do meu cercadinho. O salário do vizinho pode ter um zero a mais, contudo, sua grama é só grama. Quero um jardim de tulipas e marcas no rosto que sejam de tanto rir, de chorar, de viver.
Eu quero parar o carro e descer na próxima esquina. Os dias passam mais rápido agora e se minhas experiências não se renovam, ok, elas são o bastante para o momento.
Disse tudo! Aliás, 30 anos são poéticos. Difícil devem ser os 35 que me vem chegando. E, infelizmente ou não,"life is choise". Nunca se pode ter tudo. Mas bom saber que o tanto que a gente tem pode ser o tanto que a gente precisa. Pelo menos, "no momento".
ResponderExcluirBeijo!
:)
ResponderExcluirValeu pela visita querido. I miss you. Beijos
Parece que foi escrito pra mim... Só que eu não estou numa redação e ando quebrando a cabeça pra saber o que fazer sem ser jornalista. Chega uma hora que não dá mesmo. E o meu niver de 30 anos tá mais próximo do que o seu... Bem mais. Assustadoramente perto. Bjos.
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