Sobre regras
O mundo virtual não é o problema, não me canso de repetir. Ele é extremamente útil para eu saber que uma velhinha norte-americana de 99 anos faz um vestido por dia para uma criança que vive no continente africano. Ele é importante para eu ver a evolução do bebê de uma amiga querida que mora longe. Ele me dá, diariamente, pelo feed de notícias que escolhi mais de uma visão sobre o mesmo fato. Há nesse mundo a possibilidade de eu enviar uma música para o meu amor, mesmo que eu vá encontrá-lo horinhas depois.
Mas evidentemente há quem chamará a velhinha de oportunista, minha amiga de "monotemática", as notícias de distorcidas e a minha declaração de amor de exibicionismo. Algumas pessoas andam extremamente grosseiras, com mania de apontar o dedo para o outro e, pior, extremamente hipócritas. Ficam determinando regras de comportamento e conduta, como se estivessem além do bem e do mal.
Já li por aí que odeiam que postem amenidades no mural (quando utilizo esta palavra, penso no quão leve é ser ameno). "Isso é auto-ajuda!", esbravejam. Criticam e minimizam os gostos e afetos que predominam no tópico "No que você está pensando?", seja um pedaço de bolo, seja um gato bem cuidado. No quesito informação, há os "ombudsmen" de plantão sempre dispostos a invalidar a apuração de um jornalista ou a opinião de um articulista pelo simples sabor da discórdia. Sobre mim, talvez pensem que eu mandei um Gilberto Gil para ele para mostrar que sou carinhosa, porém na vida prática devo ser uma mala que o enche de cobranças.
Pois bem, uma das vantagens do mundo virtual é um recurso incrível chamado filtro. Ele permite esconder os outros. No meu caso, ele não é utilizado necessariamente para quem pensa diferente. Aliás, gosto dos diálogos, dos debates e até dos embates que possam me dar novas perspectivas. Desde que sejam realizados de forma respeitosa e educada. Utilizo o filtro para os ditadores de regras, os preconceituosos, os cheios de ódio, os reis das indiretas, os que me fazem arrepender de ter aceitado o convite para uma"amizade". Isso não deixa de ser imposição de regra da minha parte, admito. E é interessante refletir sobre a nossa natureza contraditória.
O filtro, no entanto, é mais complexo na vida real. Eu posso não querer exercitar a tolerância ali na minha rede naquele momento, mas terei que desvendar como praticá-la no dia a dia. A tolerância é a virtude que mais tento alcançar entre todas. Leio muito sobre o tema, forço-me (não existe outro verbo) a mantê-la diante de diversos momentos. Nesse exercício, acho que tenho alcançado de vez em quando a média cinco. A homeopatia ajudou, a Yoga vem contribuindo. Vou caminhando devagar para um dia, quem sabe, ganhar meu oito. Por quê estou no nível mediano? Porque ainda me abalo, me irrito e perco o humor. Porque aperto o botão "excluir" da rede social, do meu cérebro e do meu coração eventualmente. Tenho a capacidade de eliminar de fato certas pessoas da minha existência sem olhar para trás. Como tudo que é demasiadamente humano, isso tem os dois lados.
Haverá dias que darei a volta ao mundo na timeline. A capacidade de olhar para os conflitos no Oriente Médio será a mesma da preocupação com os moradores de Isidoro. Haverá dias que me permitirei, com a sensação de um planeta a explodir, de colocar um verso do Saramago ou o sono das minhas gatinhas. Haverá dias em que não escreverei nada, não emitirei opiniões. Haverá dias completamente analógicos, sem retweets, compartilhamentos, curtidas ou selfies. Serão os dias para armazenar tudo na memória. Não peço para ser ocultada, não peço para ser favoritada. Peço para mim e para as pessoas mais tolerância e menos imposições. O mundo virtual pode dar uma mãozinha, acredite.
Mas evidentemente há quem chamará a velhinha de oportunista, minha amiga de "monotemática", as notícias de distorcidas e a minha declaração de amor de exibicionismo. Algumas pessoas andam extremamente grosseiras, com mania de apontar o dedo para o outro e, pior, extremamente hipócritas. Ficam determinando regras de comportamento e conduta, como se estivessem além do bem e do mal.
Já li por aí que odeiam que postem amenidades no mural (quando utilizo esta palavra, penso no quão leve é ser ameno). "Isso é auto-ajuda!", esbravejam. Criticam e minimizam os gostos e afetos que predominam no tópico "No que você está pensando?", seja um pedaço de bolo, seja um gato bem cuidado. No quesito informação, há os "ombudsmen" de plantão sempre dispostos a invalidar a apuração de um jornalista ou a opinião de um articulista pelo simples sabor da discórdia. Sobre mim, talvez pensem que eu mandei um Gilberto Gil para ele para mostrar que sou carinhosa, porém na vida prática devo ser uma mala que o enche de cobranças.
Pois bem, uma das vantagens do mundo virtual é um recurso incrível chamado filtro. Ele permite esconder os outros. No meu caso, ele não é utilizado necessariamente para quem pensa diferente. Aliás, gosto dos diálogos, dos debates e até dos embates que possam me dar novas perspectivas. Desde que sejam realizados de forma respeitosa e educada. Utilizo o filtro para os ditadores de regras, os preconceituosos, os cheios de ódio, os reis das indiretas, os que me fazem arrepender de ter aceitado o convite para uma"amizade". Isso não deixa de ser imposição de regra da minha parte, admito. E é interessante refletir sobre a nossa natureza contraditória.
O filtro, no entanto, é mais complexo na vida real. Eu posso não querer exercitar a tolerância ali na minha rede naquele momento, mas terei que desvendar como praticá-la no dia a dia. A tolerância é a virtude que mais tento alcançar entre todas. Leio muito sobre o tema, forço-me (não existe outro verbo) a mantê-la diante de diversos momentos. Nesse exercício, acho que tenho alcançado de vez em quando a média cinco. A homeopatia ajudou, a Yoga vem contribuindo. Vou caminhando devagar para um dia, quem sabe, ganhar meu oito. Por quê estou no nível mediano? Porque ainda me abalo, me irrito e perco o humor. Porque aperto o botão "excluir" da rede social, do meu cérebro e do meu coração eventualmente. Tenho a capacidade de eliminar de fato certas pessoas da minha existência sem olhar para trás. Como tudo que é demasiadamente humano, isso tem os dois lados.
Haverá dias que darei a volta ao mundo na timeline. A capacidade de olhar para os conflitos no Oriente Médio será a mesma da preocupação com os moradores de Isidoro. Haverá dias que me permitirei, com a sensação de um planeta a explodir, de colocar um verso do Saramago ou o sono das minhas gatinhas. Haverá dias em que não escreverei nada, não emitirei opiniões. Haverá dias completamente analógicos, sem retweets, compartilhamentos, curtidas ou selfies. Serão os dias para armazenar tudo na memória. Não peço para ser ocultada, não peço para ser favoritada. Peço para mim e para as pessoas mais tolerância e menos imposições. O mundo virtual pode dar uma mãozinha, acredite.
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