Os (quase) silêncios

Pensa na festa que recusou para poder dormir mais cedo, mas está insone.
Não guardou todas as coisas da mala, porém teve o bom senso de tomar apenas uma taça de vinho.
Começa a desenhar planos.
Em fevereiro nem se lembrará deles.
Em novembro a calça não vai entrar de novo.
Decide pela milésima vez ter férias inesquecíveis.
Precisa ligar para o terapeuta, voltar a tomar a vitamina cara intacta na prateleira e marcar o ortopedista.
Vai para o banheiro, olha o cabelo, prende a franja.
Lembra-se da temporada de chuva, do cabelo em pé, das sapatilhas enchardas, do edredom há 40 dias na lavanderia.
Amanhã tem salão, tem plantão.
Não há nada na geladeira.
Prefere não imaginar o saldo no banco.
Esquece os planos em meio ao tanto que vai ficando pra trás.
A sexta ficou para trás.
2013 também.
Faltam seis minutos para o download ser concluído.
Mais um episódio e luzes apagadas.
O infalível leitinho morno cairia bem.
Tem chocolate.
Melhor não comer.
O cabelo continua horrível.
Um chá seria perfeito.
Venta na Serra.
Milagrosamente, silenciosa.

Comentários

  1. Bom dia!!

    Achei seu blog por acaso e já li alguns textos....
    Suas palavras são extremamente cativantes e interessantes.
    Muito legal mesmo! Parabéns!
    Thiago

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  2. Obrigada, Thiago! Desculpe pela demora da resposta. Abraços

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