"Quem aqui como eu tem a idade de Cristo quando morreu?"
Faltam quatro dias para o meu aniversário: 33 anos. Eu que já quis muito fazer 18, eu achava que morreria como meus herois aos 27 (sim, sou um pouquinho dramática), eu que fiz festa de 30 em São Paulo e Belo Horizonte, eu que ganhei comemoração surpresa nos 24, eu que no ano passado fiz celebração temática do Radiohead, eu que já vivi meus cumpleaños desde botecos "copo sujo" ao finíssimo e saudoso restaurante Aurora.
Aniversário sempre foi fundamental para mim. Desde que me entendo pela minha existência. Só para contrariar um pouquinho minha tendência festiva, o dia 05 de abril eventualmente cai numa sexta-feira da paixão ou domingo de páscoa. Nada disso me desmotiva a recrutar os amigos no meu dia. Dia que sempre contei com tanta ansiedade, que meu tio Marco só me chamava de "05 de abril" quando eu era criança. Mamãe chegava a ficar preocupada com minha euforia: não é normal alguém gostar tanto do próprio aniversário, não dormir na véspera dele.
O que sei que minha atitude acabou influenciando os que sempre estiveram ao meu redor. Aniversário é seu dia, dia de fazer o que se gosta. Para mim devia até mesmo ser feriado. Como nasci meio-dia, achava absurdo chegar da escola e comer uma comidinha insossa. Eu esperava uma refeição digna de aniversariante, mais ainda: o empadão três pingos da vovó. De quebra, bolo de chocolate. Mesmo eu que não seja tão fã de doce, esse sempre foi um item indispensável.
Ainda tinha a lista de livros, discos e sugestões de presentes que eu elaborava para facilitar a vida de quem queria me agradar. Na infância era pior: eu literalmente pedia para os meus tios o que queria (e criança não olha cifrão, sugere que o adulto pague no cheque, no cartão). Minha mãe tentava em vão me dizer o quanto isso não era elegante. Mas desde quando um ariano liga para o que alguém diz quando ele quer algo? Heim? Heim? No meu caso, nunca.
Todo o meu cuidado para não ganhar presentes sem graça - tipo meia e calcinha quando se queria uma boneca Moranguinho ou um enfeite artesanal horrível e impossível de se trocar na vida adulta - às vezes era inútil. Eu tinha uma tia que conquistou a proeza de nunca me dar, mesmo que fosse da lista, um presente em perfeitas condições. Sim, ela conseguia me dar um disco do Balão Mágico arranhado, uma sombrinha que não abria, uma caneta com meu nome gravado errado ("Ludimila" e não Ludmila). As desventuras foram tantas que ela que desistiu.
Por que diabos essas pessoas não me deram simplesmente um cartão? Sim, adoro e guardo tudo o que escrevem - de bom - para mim. Cartões valem até mais como lembrança. No entanto, como eu estava ficando muito chata com isso (e cá entre nós, em casa de ferreiro o espeto é de pau, porque meu marido nunca me deu cartão, nem quando namorávamos), decidi abolir mais essa cobrança em torno do famigerado 05 de abril.
No fim, ao longo de 32 anos, reuni um ótimo material para crônicas e casos que amigos acham que são inventados, mas que sim aconteceram de fato. Para o dia 05 de abril de 2010 não quero festa, nem alarde. Nem é porque cai numa segunda-feira. Eu simplesmente não estou no clima da comemoração. Tentei me forçar, pensar em lugares, mudar o dia para adequar às agendas dos convidados e minha rotina de trabalho...Não adianta: eu não consigo forçar a mim mesma a fazer o que não quero de forma tão espontânea. Já faço isso em outras ocasiões e meu aniversário merece a minha empolgação. Se ela não está aqui, eu guardo para o ano que vem. O fato de escrever esse post é mesmo para lembrar ao leitor que, embora não tenhamos bolo, drinks e música, o dia 05 está chegando. Nisso eu sou a mesma criança que fica emburrada quando não ganho "parabéns".
Aniversário sempre foi fundamental para mim. Desde que me entendo pela minha existência. Só para contrariar um pouquinho minha tendência festiva, o dia 05 de abril eventualmente cai numa sexta-feira da paixão ou domingo de páscoa. Nada disso me desmotiva a recrutar os amigos no meu dia. Dia que sempre contei com tanta ansiedade, que meu tio Marco só me chamava de "05 de abril" quando eu era criança. Mamãe chegava a ficar preocupada com minha euforia: não é normal alguém gostar tanto do próprio aniversário, não dormir na véspera dele.
O que sei que minha atitude acabou influenciando os que sempre estiveram ao meu redor. Aniversário é seu dia, dia de fazer o que se gosta. Para mim devia até mesmo ser feriado. Como nasci meio-dia, achava absurdo chegar da escola e comer uma comidinha insossa. Eu esperava uma refeição digna de aniversariante, mais ainda: o empadão três pingos da vovó. De quebra, bolo de chocolate. Mesmo eu que não seja tão fã de doce, esse sempre foi um item indispensável.
Ainda tinha a lista de livros, discos e sugestões de presentes que eu elaborava para facilitar a vida de quem queria me agradar. Na infância era pior: eu literalmente pedia para os meus tios o que queria (e criança não olha cifrão, sugere que o adulto pague no cheque, no cartão). Minha mãe tentava em vão me dizer o quanto isso não era elegante. Mas desde quando um ariano liga para o que alguém diz quando ele quer algo? Heim? Heim? No meu caso, nunca.
Todo o meu cuidado para não ganhar presentes sem graça - tipo meia e calcinha quando se queria uma boneca Moranguinho ou um enfeite artesanal horrível e impossível de se trocar na vida adulta - às vezes era inútil. Eu tinha uma tia que conquistou a proeza de nunca me dar, mesmo que fosse da lista, um presente em perfeitas condições. Sim, ela conseguia me dar um disco do Balão Mágico arranhado, uma sombrinha que não abria, uma caneta com meu nome gravado errado ("Ludimila" e não Ludmila). As desventuras foram tantas que ela que desistiu.
Por que diabos essas pessoas não me deram simplesmente um cartão? Sim, adoro e guardo tudo o que escrevem - de bom - para mim. Cartões valem até mais como lembrança. No entanto, como eu estava ficando muito chata com isso (e cá entre nós, em casa de ferreiro o espeto é de pau, porque meu marido nunca me deu cartão, nem quando namorávamos), decidi abolir mais essa cobrança em torno do famigerado 05 de abril.
No fim, ao longo de 32 anos, reuni um ótimo material para crônicas e casos que amigos acham que são inventados, mas que sim aconteceram de fato. Para o dia 05 de abril de 2010 não quero festa, nem alarde. Nem é porque cai numa segunda-feira. Eu simplesmente não estou no clima da comemoração. Tentei me forçar, pensar em lugares, mudar o dia para adequar às agendas dos convidados e minha rotina de trabalho...Não adianta: eu não consigo forçar a mim mesma a fazer o que não quero de forma tão espontânea. Já faço isso em outras ocasiões e meu aniversário merece a minha empolgação. Se ela não está aqui, eu guardo para o ano que vem. O fato de escrever esse post é mesmo para lembrar ao leitor que, embora não tenhamos bolo, drinks e música, o dia 05 está chegando. Nisso eu sou a mesma criança que fica emburrada quando não ganho "parabéns".
A eterna saga do dia cinco de abril! Feliz aniversário filhinha! Há exatos 33 aninhos conheço esta história que me diverti e as vezes me leva a ter um inferno astral duplo! Brincadeirinhaaaaaaaaaa. Love ya, estou escrevendo aqui e lembrando exatamente do dia que vc nasceu. Muito lindo. Dia muito feliz e especial em nossas vidas. Mais e mais 333 infernos astrais para nós!
ResponderExcluirEu te amo mãezinha! Beijos
ResponderExcluir:)