Férias (bastidores)







Eu amo viajar, embora viaje menos do que eu realmente queira e mereça. E desde que ingressei na chamada "vida adulta", só tirei férias cheias (mais de 20 dias) três vezes: na primeira vez fui para o Rio Grande do Sul, na segunda para Buenos Aires e no final de julho vim para Pernambuco, com minha amiga Cacá.

Descansar mais de 15 dias por ano é essencial, embora não seja possibilidade para todo mundo. Basta trabalhar num lugar que não respeita seus direitos, como eu trabalhei anos a fio ou cuidar do próprio negócio, digamos assim, como agora. Em 2008 eu estava com a faca e o queijo na mão para o recesso. Veio um evento para aumentar o kit estresse e fiquei a ver navios, aviões e até ônibus.

Então, o cansaço acumula, a tolerância diminui e a criatividade...bem a criatividade parece adorar férias nessas horas! Como a necessidade física e mental de pausa é emergencial, você meio que surta e aciona o botão "F", que também fica ao lado do "foda-se".

Mas se fosse simples assim, pessoas como eu ficariam fora de suas casas 30 dias por ano. Esse luxo para poucos vem acompanhado de planejamentos, adequações, ajustes que permanecem até que a gente se desligue de tudo. Quando esse estágio de plenitude acontece, pode ser a hora de voltar.

Há um prazer absurdo em acordar sem despertador, usar shorts e chinelos o dia inteiro, beber uma cerveja segunda pela tarde (vendo o sol se pôr), tomar coca-cola normal, comer fritura sem lembrar das calorias, ficar boiando no mar, ler deitada na areia, catar conchinhas, conversar longamente com pessoas de outras terras, de outro mar...

Só que de vez em quando, bem de vez em quando, bate uma culpa meio cristã mesmo: a gente lembra que tem as contas quando voltar, tem os problemas e seus filhotes (como Quintana, acredito que eles vêm em família), tem a mala para desfazer. Aí você acha que férias podem nem ser tudo isso na vida. Afinal, existe a chance de engordar, de arrumar insolação, ser picado por insetos imunes a autan e raid protector e ficar com brotoejas (o meu caso desde ontem).

Que tipo de pessoa pode ter alergias e restrições durante suas esperadas e sagradas férias? Saia desse corpo workaholic que não te pertence!

Só de birra amanhã (ou daqui a pouco) vou pedir uma tapioca a mais no café da manhã, ficar mais tempo ainda na praia (hoje bati meu recorde), comer camarão e aproveitar porque não sei quando serão as próximas.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas