Na pausa para o café

Sentada sozinha à mesa de um café no Palácio das Artes calculo mentalmente: "há quanto tempo não visito o Parque Muncipal?". Talvez eu nem o reconheça. Ao observar os passantes constato que deixo minhas contas vencerem por puro esquecimento. Não sei que dia do mês é hoje. Respondo um e-mail que deveria, em tese, ter sido escrito dias atrás. Não sou pontual, embora escrava do relógio. Aquele que nem tenho em meu pulso. Uma maratonista involuntária correndo sem saber para onde agora está deixando a bebida quente esfriar. Chega o momento da reunião. Hora de me desligar do universo paralelo.

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