Croniquetas
Da roda "Young Folks" (regada a vinho)
- Eu tenho resoluções de final de ano por semestre.
- Como assim?
- Ah, como eu não as cumpro nos primeiros meses do ano, jogo para julho em diante.
- E qual é sua resolução de segundo semestre?
- Não ficar com nenhum amigo meu.
- Imagina! Eu não tenho problema com isso, mas acho que tem um limite sabe? Suruba com amigo não dá.
- Nó...tenso.
Silêncio
- Ah, mas e se vocês tiverem amigos "surubentos" que não se importem com isso?
- Surubentos? Essa foi boa...bem, eu pulo.
- Hummm...eu também.
Após a sessão
Assisti ao "On the Road" e um lado meu saiu do cinema achando a própria vida completamente sem graça. Onde estavam as viagens sem destino, os amigos insanos, a busca incansável por poesia, o amor de tirar o fôlego??? Tomei um café, sem benzedrina, e pensei que não estou entre os loucos e os desajustados. Quem sabe rebelde, criadora de caso e aquela que vê as coisas de forma diferentes? Se eu vou mudar algo, nem sei. O mundo, certamente não.
No táxi
- Quero uma coroa bem bonita...ah moça, escreve uma homenagem legal dos amigos do ponto de táxi da Serra...não consigo pensar em nada. Sim, obrigado. Tchau.
- Bom dia. Eu vou para a Savassi.
- Desculpa a demora... é que um amigo nosso morreu, o Paulão, dono da bar. Você conheceu?
- Ah, sim. Morreu de quê?
Pausa para olhar para a câmera imaginária
Na verdade não conhecia, mas não queria ser antipática ainda mais num momento difícil.
- Ele estava numa festa, tomou uns goles a mais, sabe como é... Aí alguém o deixou em casa e ele caiu ao subir as escadas. Teve traumatismo craniano.
- Puxa, que triste.
E pensei: ainda bem que tenho elevador...
E me lembrei: claro que eu conheço o bar do Paulão! O clássico copo sujo que não tem um tira-gosto sequer e desde cedo reúne uns habituês meio estranhos.
E me repreendi: outro dia até quis tirar uma foto de um cartaz que havia ali para o Instagram. Bem intencionado era o Paulão, dono do buteco, que proibia "homens sem camisa" (considerando os tipos, ainda bem) no recinto.
- Eu tenho resoluções de final de ano por semestre.
- Como assim?
- Ah, como eu não as cumpro nos primeiros meses do ano, jogo para julho em diante.
- E qual é sua resolução de segundo semestre?
- Não ficar com nenhum amigo meu.
- Imagina! Eu não tenho problema com isso, mas acho que tem um limite sabe? Suruba com amigo não dá.
- Nó...tenso.
Silêncio
- Ah, mas e se vocês tiverem amigos "surubentos" que não se importem com isso?
- Surubentos? Essa foi boa...bem, eu pulo.
- Hummm...eu também.
Após a sessão
Assisti ao "On the Road" e um lado meu saiu do cinema achando a própria vida completamente sem graça. Onde estavam as viagens sem destino, os amigos insanos, a busca incansável por poesia, o amor de tirar o fôlego??? Tomei um café, sem benzedrina, e pensei que não estou entre os loucos e os desajustados. Quem sabe rebelde, criadora de caso e aquela que vê as coisas de forma diferentes? Se eu vou mudar algo, nem sei. O mundo, certamente não.
No táxi
- Quero uma coroa bem bonita...ah moça, escreve uma homenagem legal dos amigos do ponto de táxi da Serra...não consigo pensar em nada. Sim, obrigado. Tchau.
- Bom dia. Eu vou para a Savassi.
- Desculpa a demora... é que um amigo nosso morreu, o Paulão, dono da bar. Você conheceu?
- Ah, sim. Morreu de quê?
Pausa para olhar para a câmera imaginária
Na verdade não conhecia, mas não queria ser antipática ainda mais num momento difícil.
- Ele estava numa festa, tomou uns goles a mais, sabe como é... Aí alguém o deixou em casa e ele caiu ao subir as escadas. Teve traumatismo craniano.
- Puxa, que triste.
E pensei: ainda bem que tenho elevador...
E me lembrei: claro que eu conheço o bar do Paulão! O clássico copo sujo que não tem um tira-gosto sequer e desde cedo reúne uns habituês meio estranhos.
E me repreendi: outro dia até quis tirar uma foto de um cartaz que havia ali para o Instagram. Bem intencionado era o Paulão, dono do buteco, que proibia "homens sem camisa" (considerando os tipos, ainda bem) no recinto.
sabe que lendo on the road, ao invés de ter certas conclusões (precipitadas?) como você, permiti-me acender uma chama (ou ligar uma outra chavezinha, não sei bem) direcionada ao acaso? ao presente? acho que é por aí. falta-nos bares, por hora, pois se estivesse convivendo um pouquinho mais comigo estaria comprando agora a sua passagem para a Tailândia (ou para a Índia, quem sabe?).
ResponderExcluirIronicamente, o senhor está em casa em plena quinta de bons drinks... :)
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