Domingo

Sem a televisão ligada, ouço o barulho das motos, as sirenes da ambulância e vozes embriagadas vindas do prédio vizinho no churrasco que já acabou. Não há fumaça ou cheiro de carne no ar.

A tevê na noite de domingo é das coisas mais desnecessárias que existem. Os programas que misturam jornalismo, entretenimento e espetáculo desde sempre trazem consigo uma angústia, um sufocamento.

Tenho evitado sofrer com o anúncio das segundas-feiras. Eventualmente, nem penso muito nelas ou penso que são um dia como outro qualquer. Ainda sinto dificuldades em dormir bem, certamente pelo excesso de edredom no fim de semana.

Aproveito que os sons lá fora começam a cessar. Tento planejar uma playlist, as comidinhas da minha marmita e coloco um livro na mochila. Vou ver um seriado, sonhar com férias como não tiro há três anos e com o bilhete premiado da loteria que não jogo.


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