Das causas impossíveis
Uma das últimas vezes em que fui a uma igreja católica especificamente para rezar foi em 28 de outubro de 2009. A precisão da data eu coloco na conta dele, São Judas Tadeu. Fila de carros no bairro, ambulantes vendendo velas, distribuindo a oração. Gente velha, gente jovem, bebês de colo esgoelando. O ritual cristão sempre me causou sensações distintas. Se por um lado era bonito ver a fé que eu jamais tivera, também me sentia triste com o sofrimento exalando no ar e um tanto asfixiada ao me juntar àquela multidão.
Houve um tempo que eu ia muito à igreja. Mais do que estar perto de Deus, era algo meu e da minha avó, amiga de madres e padres que me davam biscoitos e mudas de plantas. Eventualmente, ela rompia com eles e mudava de paróquia. Foi numa dessas, na missa de sétimo dia, que vi seu nome cravado no banco, como ela preferia ser chamada: Celinha. Minha avó era devota de Santo Antônio especialmente, mas tinha imagens de São Francisco de Assis e São Judas Tadeu em sua penteadeira, hoje minha penteadeira.
Por uma infinidade de razões, me afastei do catolicismo até quase me esquecer das rezas básicas. Meus picos de fé eram motivados por algum grau de desespero. Não é nenhum pouco nobre admitir isso, embora eu jamais tenha deixado de agradecer pelas graças e pelas pequenas alegrias não solicitadas de maneira mais constante do que muitos frequentadores assíduos das igrejas. Nem sempre verbalizo. Com Deus tenho uma relação mais introspectiva.
Aquele ano de 2009 encerrou um ciclo. Levantei cedo, fui àquele local sagrado lotado pedir um milagre para o santo padroeiro. Queria que os rins da minha amiga Mariana voltassem a funcionar, que ela vivesse para ver milhares de shows e de filmes, que encontrasse um grande amor. Liguei para ela, na hemodiálise, e deixei um recado na secretária eletrônica.
O milagre, no entanto, não veio. Não culpei São Judas. Era algo que apenas a ciência poderia resolver. A ciência muitas vezes barrada de avançar e de se fazer presente em nossas vidas para curar doenças por causa do pensamento atrasado de alguns "fiéis" estrategicamente posicionados onde são criadas as leis. Quando converso com Deus, não mais em igrejas, insisto em pedir solução para tantas causas impossíveis.
Houve um tempo que eu ia muito à igreja. Mais do que estar perto de Deus, era algo meu e da minha avó, amiga de madres e padres que me davam biscoitos e mudas de plantas. Eventualmente, ela rompia com eles e mudava de paróquia. Foi numa dessas, na missa de sétimo dia, que vi seu nome cravado no banco, como ela preferia ser chamada: Celinha. Minha avó era devota de Santo Antônio especialmente, mas tinha imagens de São Francisco de Assis e São Judas Tadeu em sua penteadeira, hoje minha penteadeira.
Por uma infinidade de razões, me afastei do catolicismo até quase me esquecer das rezas básicas. Meus picos de fé eram motivados por algum grau de desespero. Não é nenhum pouco nobre admitir isso, embora eu jamais tenha deixado de agradecer pelas graças e pelas pequenas alegrias não solicitadas de maneira mais constante do que muitos frequentadores assíduos das igrejas. Nem sempre verbalizo. Com Deus tenho uma relação mais introspectiva.
Aquele ano de 2009 encerrou um ciclo. Levantei cedo, fui àquele local sagrado lotado pedir um milagre para o santo padroeiro. Queria que os rins da minha amiga Mariana voltassem a funcionar, que ela vivesse para ver milhares de shows e de filmes, que encontrasse um grande amor. Liguei para ela, na hemodiálise, e deixei um recado na secretária eletrônica.
O milagre, no entanto, não veio. Não culpei São Judas. Era algo que apenas a ciência poderia resolver. A ciência muitas vezes barrada de avançar e de se fazer presente em nossas vidas para curar doenças por causa do pensamento atrasado de alguns "fiéis" estrategicamente posicionados onde são criadas as leis. Quando converso com Deus, não mais em igrejas, insisto em pedir solução para tantas causas impossíveis.
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