Aos mestres, com carinho


"A morte de um homem de mais de 80 anos não é nada, não deve nem ser lamentada. O show continua". Foi o que o anjo interpretado por Virgínia Madsen disse em A Última Noite, de Robert Altman. O filme em tom de despedida serviu como metáfora para o diretor que nas palavras de Jorge Furtado, numa entrevista que fiz essa semana, criou um gênero no cinema. Produções com vários personagens, tramas intrincadas e diálogos ágeis levaram primeiro a assinatura dele. Eu fico triste mesmo assim. Acho que a raça humana fica cada vez mais pobre quando perde a sabedoria de mestres como ele. Outra passagem triste da semana foi de Phillipe Noiret. Mais do que um ator com 150 títulos na carreira, um criador de personas inesquecíveis como o projecionista de Cinema Paradiso e o Pablo Neruda de O Carteiro e o Poeta. Ironicamente, em Pai e Filhos, seu último longa o adeus permeava a trama, mesmo que de maneira bem sutil. Fico impressionada e, ao mesmo tempo comovida, sobre como pessoas inspiradoras e singulares conseguem sair de cena, sem drama e com muita delicadeza. Se eu conseguir durar muito tempo, espero encarar minha partida com a mesma serenidade.

Comentários

  1. Anônimo9:49 PM

    Oi Lud, fazendo coisas interessantíssimas, heim?
    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. Brigadinha Carol. Beijos

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas